Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
O mercado interno de veículos segue bastante dependente de negócios com empresas e de categorias profissionais que fazem de um automóvel ou picape instrumento de trabalho. Nada menos do que 40% dos veículos foram negociados por meio de vendas diretas no primeiro semestre de 2018: quase 450,9 mil dos mais de 1,1 milhão de veículos que chegaram às ruas nesse período.
A comparação com o primeiro semestre do ano passado mostra a ascensão dessa modalidade de vendas. De janeiro a junho de 2017, foram negociados 991,5 mil veículos no Brasil, sendo 379,7 mil diretamente, 38,3% do total.
Assim, enquanto o mercado interno de automóveis e comerciais leves cresceu 13,7% no comparativo anual, as vendas diretas subiram 19%, aponta levantamento da Fenebrave.
Outro bom exemplo da recente pujança dos negócios com esses públicos: em 2012, ano recorde do mercado brasileiro, com mais de 3,6 milhões de emplacamentos, as vendas diretas representaram apenas 25% dos negócios, 15 pontos porcentuais a menos do que em 2018.
O segmento de comerciais leves, isoladamente, é o mais dependente das vendas diretas. De cada dez veículos vendidos nos primeiros seis meses do ano, sete foram comprados por meio da modalidade, ou seja, 70%. Em 2012, essa relação equivaleu a 47,6% dos negócios e em 2017 a 66,7%.
A picape líder do mercado brasileiro, a Fiat Strada, por exemplo, já é quase integralmente vendida por esse canal. Foram 31,2 mil unidades negociadas diretamente de janeiro a junho, das 32,5 mil Strada vendidas, nada menos do que 96% do total. O quadro das outras duas picapes mais vendidas é bem semelhante: 81,5% das Fiat Toro e 86,5% das Volkswagen Saveiro.
A participação nas transações de automóveis é menor, mas igualmente ascendente. Se no primeiro semestre as vendas diretas responderam por 35% dos 958,4 mil carros vendidos, no ano passado a fatia era de 34% e em 2012 de somente 21,3%.
Participação das vendas diretas em automóveis
Automóvel | Vendas totais | Vendas diretas | Participação |
---|---|---|---|
Chevrolet Onix | 89,6 mil | 33,2 mil | 37% |
Hyundai HB20 | 50,4 mil | 8,5 mil | 16,8% |
Ford Ka | 48,2 mil | 20,7 mil | 43% |
Volkswagen Polo | 34,1 mil | 5,4 mil | 15,8% |
Volkswagen Gol | 32,5 mil | 19,6 mil | 60,3% |
Chevrolet Prisma | 32,0 mil | 12,9 mil | 40,3% |
Renault Kwid | 29,7 mil | 4,6 mil | 15,5% |
Toyota Corolla | 28,5 mil | 9,5 mil | 33,3% |
Jeep Compass | 28,2 mil | 14,5 mil | 51% |
Fiat Argo | 28 mil | 8,3 mil | 29,6% |
Dos dez modelos mais negociados no acumulado até junho, sete deles tiveram acima de 30% de suas vendas efetuadas diretamente. O líder Chevrolet Onix somou 89,6 mil unidades vendidas, 33,2 mil, ou 37%, em vendas diretas. Já a relação nos negócios de Ford KA, terceiro mais vendido no período, chegou a 43%, enquanto nos de Chevrolet Prisma superou 40%.
O Volkswagen Gol, quinto automóvel mais vendido no Brasil de janeiro a junho, foi, dentre os dez primeiros, o que mais negócios proporcionalmente teve fechados diretamente: 19,6 mil unidades das 32,5 mil no total, 60,3%.
Dos automóveis de maior volume, os modelos que mais devem seus desempenhos às vendas diretas no primeiro semestre foram o Volkswagen Voyage (79,7%), Jeep Renegade (64,4%), Ford Ka Sedan (62,1%) e Renault Sandero (58,1%).
Nem todas as vendas diretas são feitas via o CNPJ de um fabricante. Segundo a Fenabrave, cerca de 30% envolvem transações de concessionários diretamente com pessoas físicas, como taxistas, produtores rurais e PCD, pessoas com deficiência.
Foto: Divulgação/FCA
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