Por Alzira Rodrigues, de Córdoba, Argentina | alzira@autoindustria.com.br
A Nissan pretende definir até novembro, antes do Salão do Automóvel de São Paulo, o novo plano de investimento de cinco anos para o Brasil. Marco Silva, presidente da montadora no Brasil, informou na segunda-feira, 30, que a empresa conseguiu junto à matriz uma antecipação de US$ 40 milhões para aplicar na fábrica de Resende, RJ, e mais uma quantia, cujo valor não revelou, para realizar um face-lift no March e Versa até a aprovação final do novo ciclo de investimento.
O plano quinquenal, que valerá a partir deste ano, já deveria ter saído. Mas algumas questões, como a greve dos caminhoneiros que fez a empresa reduzir projeção de crescimento das vendas no mercado brasileiro este ano, levaram a um prorrogamento da decisão. Ante estimativa anterior de 16%, acredita agora em 12% de alta.
A Nissan, em particular, está crescendo acima da média do mercado e, assim, vem ampliando sua participação. “Precisamos aumentar a capacidade do Kicks e, por isso, conseguimos uma antecipação para melhorar o fluxo da produção em Resende”, comentou Silva, lembrando que a meta é chegar a 110 mil unidades fabricadas este ano, 25% a mais em relação ao ano passado.
A empresa iniciou o segundo turno na fábrica sul-fluminense há um ano e para chegar a 160 mil teria de implantar um terceiro turno. “O que precisamos definir é se vamos investir mais para chegar a 200 mil, como era o projeto inicial, ou criar um terceiro turno. Está tudo em fase de análise”, comentou Silva.
Segundo Silva, foi importante a vinda do CEO mundial da Nissan, Hiroto Saikawa, no lançamento industrial da Frontier em Córdoba, Argentina. “Nossa região tem as suas peculiaridades e é sempre relevante esse tipo de contato”. Citou a questão cambial, que tem levando a montadora a retomar planos de localização de peças que havia abandonado na época em que o real estava valorizado.
Assim como a questão da fábrica, também o futuro do March e Versa no Brasil está em debate na cúpula da Nissan. Não está definido, por exemplo, se virá nova geração já lançada lá fora ou se serão desenvolvidos novos modelos em cima de plataformas da Aliança Renault-Nissan. Uma ampliação da gama, de acordo com Silva, necessariamente passará por novos SUVs.
Além disso, a Nissan inicia no próximo ano – entre o primeiro e segundo trimestre – a venda no mercado brasileiro do elétrico Leaf. Silva aposta na aceitação crescente dos elétricos no País, mas não quis revelar metas de venda. “Vai depender da demanda e também da nossa capacidade de produção. Provavelmente traremos o Leaf da Inglaterra e teremos de ver a disponibilidade de volume da fábrica de lá”.
Foto: Divulgação/Nissan
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