Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br

O mercado brasileiro de iluminação automotiva a Led é ainda incipiente, bastante até. Poucos modelos nacionais são fabricados com lanternas ou setas com a tecnologia. Faróis? Um ou outro tem como opcional. Presença mais notável mesmo somente em carros importados e ainda assim de marcas premium. No entanto, há oportunidade bem mais promissora: o segmento de reposição.

A Lumileds, divisão da gigante Philips, empresa que produz e fornece lâmpadas para o setor há mais de um século, tem explorado esse filão globalmente e trabalha para ampliar a utilização principalmente de faróis com lâmpadas a Led nos automóveis, caminhões e motocicletas no País.

Além da maior durabilidade, lâmpadas de Led são bem mais eficientes, assegura a empresa: ou seja, permitem ver e ser visto melhor. Segundo a Lumileds, suas lâmpadas, vendidas com a marca Philips, todas importadas de várias bases produtivas na Europa e Ásia, têm 160% mais luminosidade do que uma convencional halógena.

Sem explicitar números, João Paulo Borgonovi, diretor geral da divisão automotiva da Lumileds na América Latina, reconhece que o custo ainda é claramente um limitador para expansão mais robusta das vendas desses produtos, que são utilizados também na iluminação interna dos veículos e já mais comumente nos quadros de instrumentos.

E não só aqui. Mundialmente a participação da tecnologia ainda é tímida: está presente em algo como 5% do faróis.

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De qualquer maneira, a tendência é de crescimento dessa fatia. “O led está substituindo sobretudo as lâmpadas de xênon ”, ilustra Borgonovi, referindo-se a outra tecnologia que passou longe das linhas de montagem brasileiras de veículos desde seu surgimento, no início dos anos 90, e que ainda é conhecida por sua utilização em veículos mais caros.

Investir na reposição, assim, é o caminho mais viável — e fácil —  para a empresa elevar a presença dessas lâmpadas no mercado latino-americano. Até porque o aftermarket responde por cerca de 60% do faturamento da divisão automotiva da Lumileds no Brasil, o maior mercado na região, cabendo os 40% restantes ao fornecimento direto aos fabricantes de veículos.

No mundo todo, compara Borgonovi, a relação é quase inversa: 70% para montadoras e 30% para a resposição. A operação comandada por ele, que congrega os principais mercados latino-americanos fora o México, responde por algo como 5% a 6% das vendas globais para o mercado original e “perto de dois dígitos” do aftermarket da divisão, com representação em 66 países.

No entanto, a própria empresa faz questão de alertar que não basta ao consumidor apenas comprar as novas lâmpadas e colocá-las nos faróis que originalmente contam com as halógenas. Diferente do xênon, o Led está previsto em resolução do Contran, é permitido portanto, mas demanda  adequação do documento do veículo.


Fotos: Divulgação/Lumileds

George Guimarães
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