Por Décio Costa | decio@autoindustria.com.br
A Iochpe-Maxion, companhia brasileira de capital aberto, se tornou uma multinacional ao longo de sua trajetória de um século a ser completado em novembro. Uma das maiores produtoras de rodas automotivas do mundo, volume que chega a 60 milhões de unidades/ano, e representativo fabricante de longarinas, chassis e travessas das Américas, a empresa mantém estratégia de conquistar maior participação global.
Atualmente a empresa tem 31 fábricas ao redor do mundo, em 14 países, sendo quatro unidades no Brasil – Limeira, Cruzeiro e Santo André (SP), Contagem (MG). Recentes passos dão sequência à expansão da empresa, como aumento de capacidade em alumínio na Europa e na América do Norte, estamparia para atender a região do Nafta e a construção de um fábrica de rodas na Índia, com capacidade para 2 milhões de unidades/ano, que entrará em operação no segundo semestre do ano que vem.
“Por meio de aquisições avançamos com a internacionalização e pretendemos continuar aumentando nossa participação global”
No Brasil, como parte de ação global, a empresa inaugurou recentemente na fábrica de Limeira unidade para produção de rodas de alumínio. Começa com capacidade para 800 mil rodas/ano, mas pode chegar a 2 milhões.
“Até alguns anos atrás, a empresa coloca muito foco no Brasil”, conta Marcos de Oliveira, CEO e presidente da companhia. “Por meio principalmente de aquisições avançamos com a internacionalização e pretendemos continuar aumentando nossa participação global com produção e vendas de rodas e componentes estruturais.”
A receita perseguida pela Iochope-Maxion se revelou como fortificante para seu desempenho. Se em 2010 o faturamento líquido da companhia chegou a R$ 2,2 bi, dos quais 18% provenientes das vendas externas e o restante do Brasil, no ano passado, dos R$ 7,5 bilhões contabilizados, 75,5% veio de fora, e 24,5% originados no País.
A empresa basicamente atua como fornecedora para montadoras, negócio que representa globalmente 97% da receita da empresa. “A reposição no segmento e rodas de aço é muito baixo e capacidade de produção de rodas de alumínio no mundo é limitada”, justifica Oliveira. “Depois, são poucas, hoje, as fabricantes de veículos que produzem as próprias rodas.”
Balanço – No segundo trimestre de 2018, a Iochpe-Maxion consolidou receita líquida de R$ 2,3 milhões, um crescimento de 26,2% sobre o resultado apurado no mesmo período do ano passado. Somente as vendas internas alcançaram faturamento de R$ 579,3 milhões, em alta de 26,7% na mesma base de comparação. O lucro líquido na companhia de abril a junho chegou a R$ 44,1 milhões.
Do resultado, os negócios na região da América do Sul participaram com 24%. De acordo com a empresa, a alavanca no desempenho positivo veio do mercado doméstico, que avançou 26,2% em decorrência do crescimento da produção brasileira de veículos leves (12,1%) e veículos pesados (27,1%).
Por ser empresa de capital aberto, Oliveira é impedido de projetar o desempenho da empresa, mas dá como potencial de crescimento da produção as estimativas da Anfavea, na faixa de 12%, para pouco mais de 3 milhões de veículo. “Com o foco adequado na economia, a expansão certamente continua em 2019.”
Foto: Iochpe-Maxion/Divulgação
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