Por Redação | autoindustria@autoindustria.com.br
Apesar do conturbado quadro de incertezas e guerras comerciais entre os principais blocos econômicos, as vendas mundiais de veículos cresceram 3,6% no primeiro semestre de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado. Superaram 44 milhões de unidades, segundo a apuração da consultoria internacional Jato Dynamics, que contabiliza dados dos 57 mercados mais importantes de todos os continentes.
Os três maiores mercados mundiais foram determinates para esse desempenho. Na China, o primeiro, as vendas de janeiro a junho atingiram 12,2 milhões de veículos, 3,9% a mais. Já os países europeus somados consumiram quase 9,8 milhões de unidades, crescimento de 3%, enquanto nos Estados Unidos foram negociados 8,6 milhões, evolução de 2% e o segundo maior volume da história do país.
Com pouco mais de 1,1 milhão de automóveis e comerciais leves vendidos no mesmo período e 14% de crescimento, o Brasil aparece ainda apenas como o nono maior mercado no levantamento da consultoria, muito também em função da estagnação dos negócios no Canadá, que apenas repetiram as 1 milhão de unidades do ano passado e mantiveram o país na décima posição.
Dentre os dez principais mercados, porém, somente a Índia, que atingiu quase 2 milhões de unidades, 16% a mais do que nos primeiros seis meses do ano passado, registrou crescimento superior ao do Brasil.
LEIA MAIS
→PSA bate recorde de vendas globais no primeiro semestre
→Volkswagen e Ford estudam parceria mundial por maior competitividade
O pais asiático entrou definitivamente para o grupo polos consumidores mais representativos. Fechou o semestre como o quarto maior mercado, atrás do Japão (2,7 milhões), que encolheu 2%, e ultrapassou por pouquíssima margem a tradicional Alemanha (+3%). De acordo com outra consultoria global, a LMC Automotive, as vendas de veículos na Índia devem ultrapassar as do Japão em 2021.
A América Latina também teve uma primeira metade de ano positiva graças ao excelente desempenho das vendas e melhorias de automóveis no Chile e no Equador, além, claro, do desempenho brasileiro. O mercado de automóveis latino-americano, enfatiza a Jato, é agora maior que o japonês.
Os SUVs seguem sendo o segmento de maior ascensão em quase todo o planeta – dos principais polos automotivos, apenas no Japão eles ainda não desempenham papel tão preponderante. Foram vendidos quase 15 milhões de SUVS de janeiro a junho, 14% a mais do que em igual período de 2017 e resultado recorde.
Segundo a Jato, as vendas no segmento aumentaram em dez das onze principais regiões, com evolução de dois dígitos em oito delas. Só na China esses modelos representaram 42% dos automóveis negociados no primeiro semestre. Nos Estados Unidos os negócios com utilitários esportivos subiram 13% no mesmo período. Na Europa, ainda mais: enquanto as vendas de carros encolheram 4%, as sUVs evoluíram expressivos 24%.
LEIA MAIS
→SUVs e hatches pequenos continuam ganhando mercado
→Volkswagen mostra mais um pouco do T-Cross
A impressionante curva ascendente desses produtos não deve arrefecer tão cedo na média mundial. No entender da consultoria, se utilitários esportivos já são muito populares nos Estados e China, por exemplo, têm ainda presença tímida na América Latina, Japão e Índia, o que sugere ainda potencial de crescimento em importantes mercados.
Um bom exemplo disso são os muitos lançamentos aguardados para o segmento no Brasil nos próximos três anos. Aqui, de cada quatro veículos vendidos em 2018, um foi utilitário esportivo.
Ilustração: Pixabay
- Consórcios caminham para recorde de cotas vendidas - 16 de dezembro de 2024
- Após três décadas, Corolla perde a hegemonia de Toyota mais vendido no Brasil - 16 de dezembro de 2024
- Segundo semestre “salva” as exportações de veículos - 12 de dezembro de 2024