Empresa

Mercedes-Benz aumenta participação no Oriente Médio e África

Exportações dos modelos Accelo e Atego deverão crescer 35% em 2018

Por Décio Costa | decio@autoindustria.com.br

A Mercedes-Benz deverá fechar 2018 com um crescimento por volta de 35% nos embarques de caminhões para países do Oriente Médio e África. No ano passado, a fabricante de São Bernardo do Campo (SP) contabilizou 260 modelos enviados e a previsão para o exercício atual é de 350 unidades, das quais 220 já partiram. Desde 2015, quando a empresa iniciou os primeiros embarques, o volume soma 1 mil caminhões, especialmente de Accelo e Atego.

Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas da companhia, considera as exportações para esses mercados o começo de um trabalho. “Pelas condições de uso e de infraestrutura, muito semelhantes às do Brasil, o potencial é muito grande. Depois de iniciar com uma, duas ou três unidades, a partir do ano que vem as entregas deverão ficar mais consistentes, com volumes maiores de pedidos para o transporte de bebidas, para o setor da construção”, acredita.

O trabalho de abertura dos mercados do Oriente Médio e África exigiu esforços da empresa para tornar os produtos brasileiros mais competitivos. A montadora encontrou na logística uma maneira de reduzir os custos da operação. Antes, os caminhões seguiam nos chamados navios Roll on/Roll-off, agora, embarcam em contêineres fechados ou nos denominados Flat Rack.

O novo modelo de operação logística permitiu à fabricante economizar de 16% a 20% nos envios do Atego e de 50%, no caso do Accelo, além reduzir o tempo de trânsito em 25%. “Além de gerar custos mais altos, navios Roll on/Roll off não estão disponíveis toda a hora”, justifica Leoncini.

LEIA MAIS

→Mercedes-Benz exporta 500 ônibus para a Nigéria

→Exportação de caminhões Mercedes-Benz sobe 37%

→Mercedes-Benz do Brasil exporta para o Líbano

Boa parte dos caminhões também partem do Brasil já implementados e adaptados para o mercado e legislação local a que se destina. Caminhões tanque para água, plataformas de socorro mecânico, compactador de lixo e transporte militar são as principais aplicações enviadas pela Mercedes-Benz. Depois, os veículos seguem daqui com dispositivos próprios para atender aqueles países, como pneus para enfrentar deserto, escapamento vertical, escudo de proteção dianteira e, claro, informações do painel no idioma local.

Leoncini conta que os modelos 4×4 são muito requisitados, afinal, há muitos deslocamentos fora de estrada, inclusive para atender casos curiosos, como uma startup dos Emirados Árabes que entrega alimentos no meio do deserto. “Uma espécie de I-Food do camelo”, brinca.

As exportações da Mercedes-Benz para o Oriente Médio e África nem de longe compensa a retração que atravessa a Argentina, o principal cliente da indústria automotiva brasileira, mas contrabalança os gastos com componentes importados trazidos pela fabricante. “Temos de buscar as exportações como um seguro em relação aos custos das importações.”


Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Compartilhar
Publicado por
Décio Costa

Notícias recentes

Brasileiros já compraram 2 milhões de veículos leves em 2024

Com 249,4 mil unidades, outubro tem o melhor resultado mensal do ano

% dias atrás

Alckmin recebe CEO global da Honda

Em debate, os benefícios do Mover e a manutenção dos direitos constitucionais da Zona Franca…

% dias atrás

Começa na segunda a maior feira de transporte da América Latina

AutoIndústria mostra na próxima semana tudo o que vai acontecer na Fenatran

% dias atrás

Honda mexe bem pouco na família City 2025

Sedã e hatch ganham mais no conteúdo do que na forma

% dias atrás

Picape que vende mais que carro no Brasil atinge 2 milhões de unidades

Lançada em 1998, Strada segue líder em emplacamentos este ano

% dias atrás

XCMG lançará na Fenatran caminhão leve elétrico

Modelo E3-10T coloca a marca chinesa na disputa do mercado de entregas urbanas no País

% dias atrás