A presença física de fornecedores de autopeças coreanos no Brasil ainda é tímida, limitada a algumas poucas empresas. O faturamento exclusivo com componentes importados da Coreia do Sul para cá, porém, é para lá de  relevante. Nos primeiros sete meses de 2018  chegou a US$ 627,7 milhões, 7,4% do total das importações do segmento, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

A Coreia do Sul, assim, aparece como o sexto maior país exportador de autopeças para o Brasil. Historicamente, porém, mais da metade da receita — algo como até 60% — se deve a compras diretas das montadoras. O restante é apurado em negociações dos próprios fornecedores e de trades, neste caso boa parte para o mercado de reposição.

De olho nas possibilidades de negócios crescentes a partir do estabelecimento e consolidação das medidas previstas no  Rota 2030 ao longo dos próximos anos, o setor automotivo de lá começa a entabular alguns movimentos no sentido de estabelecer mais bases de consumo aqui para suas autopeças, componentes, mas em especial know-how, serviços e tecnologias.

Importações de autopeças da Coreia do Sul já somaram cerca de US$ 628 milhões no acumulado até julho

A ideia da indústria coreana assim, em um primeiro momento, é expandir esse universo exportador diretamente pelos fornecedores, sejam de produtos acabados ou serviços. A depender do segmento, mercado e momento, os estudos podem passar por futuras parcerias locais e, em última análise, até mesmo investimentos diretos.

Algumas dessas possibilidades podem ser discutidas em rodada de negócios organizada pela Kotra, agência de promoção de investimentos do governo da Coreia do Sul, que acontecerá em São Paulo, em 14 setembro ( https://sites.google.com/kotra.com.br/kotramoldes2018/ ).

Representantes de quatorze empresas coreanas estarão presentes para contatos com potenciais clientes brasileiros ou aqui instalados. Seis delas atuam no segmento de moldes de injeção de plástico, três no de ferramentaria para estampagem metálica e cinco de componentes. Poucas já estão no País ou fornecem para a indústria brasileira.

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A indústria automotiva da Coreia do Sul é uma das mais pujantes do mundo. Em 2017, o país de 51 milhões de habitantes e área equivalente a apenas 40% do Estado de São Paulo foi o sexto maior produtor mundial de veículos, logo atrás da , gigante Índia e à frente do México, que tem o dobro de sua população. O Brasil apareceu apenas na nona posição.

A comparação da produção com o mercado interno coreano de veículos dá bem noção de onde foram e estão centrados os maiores esforços e interesses desse setor. Enquanto as montadoras coreanas fabricaram mais de 4,1 milhões de automóveis e veículos comerciais no ano passado, as vendas internas não ultrapassaram 1,8 milhão de veículos.

O excedente, claro, seguiu para mercados de todos os continentes. Somente em 2017, portanto, passaram pelos portos da Coreia do Sul rumo a destinos longínquos, como o Brasil, outros países latino-americanos e europeus, cerca de 2,3 milhões de veículos.


Foto: Pixabay

George Guimarães
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