Veículo híbridos produzidos no Brasil é algo ainda um tanto distante no radar da BorgWarner, um dos maiores fornecedores globais de sistemas e componentes automotivos e que está empenhado em seguir assim nas futuras gerações de veículos, sejam quais forem eles e com qualquer tipo de propulsão.
Vitor Maiellaro, diretor geral da operação brasileira do grupo, entende que não antes de cinco anos teremos alguma produção local de veículos com nível mais elevado de eletrificação. Não há ainda, afirma ele, nem mesmo sondagem de fornecimento para sistemas mais elementares, conhecidos como P zero.
“Temos tido conversas com as montadoras, mas ainda apenas para discussões técnicas, com as áreas de engenharia”, reconhece no entanto o executivo, que apresentou em São Paulo variado portfólio de produtos que já estão em produção ou entrarão em linha no curtíssimo prazo para oferta aos fabricantes de veículos mundo afora.
Apesar desse estágio incipiente, a BorgWarner acredita que, uma vez em prática, o Rota 2030 não deixará muitas alternativas às montadoras a não ser, mais cedo ou mais tarde, evoluírem também nesse sentido no Brasil: “As montadoras necessariamente terão de entregar veículos mais eficientes em termos de consumo. Temos os projetos e produtos para isso”.
No entender de Maiellaro, o programa governamental para indústria automotiva, que ainda depende de aprovação no Congresso, pode representar avanços importantes para o setor, principalmente por oferecer um norte de mais longo prazo. “Só essa continuidade permitirá mais investimentos aqui”, pondera, lembrando que durante o Inovar-Auto a empresa ampliou de duas para cinco as linhas de produtos que saem de suas fábricas de Itatiba e Piracicaba (SP).
Com bases produtivas em dezoito países e faturamento anual da ordem de US$ 9,7 bilhões, a BorgWarner tem ampla visão das potencialidades de cada segmento e avalia que o processo de hibridização e eletrificação da produção mundial de veículos terá velocidade e níveis diferenciados a depender dos mercados. Mas é um caminho sem volta, asseguram seus dirigentes.
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“As tendências são muitas e diferentes aqui, na Europa, China ou Estados Unidos. É impossível saber como será o mercado lá na frente. Então temos que estar preparados para veículos a combustão, híbridos e elétricos”, afirma Guenter Kraemer, diretor global de marketing da empresa.
Projeções da BrogWarner indicam que em 2023 algo como 107 milhões de veículos serão fabricados em todo o mundo. Modelos híbridos deverão responder por quase um quarto desse total, enquanto os puramente elétricos representarão perto de 3%. Em 2018 essas relações são, respectivamente, de 5% e 1% das 97 milhões de unidades projetadas.
“Mas temos estudos que indicam que em dez anos os híbridos serão de 35% a 40% da produção, com os elétricos chegando a até 6%”, revela o diretor geral.
Foto: Divulgação/BorgWarner
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