Se será rigorosamente desta maneira, ainda há algum caminho pela frente para descobrirmos. Mas, de um forma ou de outra, à Volvo caberá o crédito de ter esboçado, em 2018, um carro-conceito autônomo e elétrico que se propõe a substituir, por exemplo, o transporte aéreo para médias distâncias com muito mais conforto e comodidade.
Imagine ir de São Paulo ao Rio de Janeiro assistindo, deitado, uma partida de futebol? Ou simplesmente ser apanhado em casa, entrar no veículo, virar de lado e dormir numa confortável cama para ser despertado algumas horas depois, quando chegar ao destino escolhido algum? Ok, dá também para trabalhar nesse mesmo tempo.
Batizado de 360c, o modelo da Volvo sintetiza essas e outras visões da montadora de origem sueca sobre o futuro da mobilidade e também aquilo que identifica ser também uma oportunidade para abocanhar fatia de negócios, como o transporte aéreo doméstico, que representa bilhões de dólares anuais em todo o mundo.
De acordo com a montadora, mais de 740 milhões pessoas utilizaram voos domésticos somente nos Estados Unidos e apenas no ano passado. Em algumas dessas viagens, contando o deslocamento de casa ao aeroporto e do aeroporto ao destino final, muitas vezes, leva-se mais tempo de avião do que de carro.
A Volvo define o 360c como um carro autônomo multifuncional conectado. Sem volante, o modelo está muito mais próximo mesmo de um espaço móvel, que pode ser utilizado para descanso, trabalho e entretenimento enquanto se vai de um ponto a outro.
O 360c é sobretudo uma proposta de serviço de mobilidade. Por que não oferecê-lo por meio de assinatura mensal, pagar por trajeto ou por minuto? Tanto faz. Ou fazer pacotes semanais, que podem ficar mais baratos se a utilização se der fora de horários de picos?
“Consideramos o 360c uma conversa inicial, com mais ideias e respostas que estão por vir à medida que aprendemos mais”, disse Marten Levenstam, vice-presidente sênior de Estratégia Corporativa da Volvo Cars.
“Não sabemos exatamente como será o futuro da direção autônoma. No entanto, acreditamos que tem o potencial de mudar nossa sociedade de várias maneiras. Terá profundo impacto sobre como as pessoas viajam, como projetamos nossas cidades e como usamos a infraestrutura.”
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O caminho até esse momento, porém, é um tanto longo. a Volvo enfatiza que antes os robocars compartillarão as ruas durante muitos anos com os carros convencionais e, assim, requererão comunicação eficientes com os motoristas.
Por meio do 360c a empresa propõe, por exemplo, a utilização e combinação de diversos recursos, como luzes e cores, sons externos e efeitos visuais para manifestar aos demais veículos, pedestres e outros usuários das vias públicas as manobras que o robocar pretende fazer imediatamente em seguida.
Fotos: Divulgação/Volvo