Indústria

Novo IPI dos elétricos e híbridos não agrada montadoras

Em alguns casos, benefício foi pouco ou nenhum. Setor pleiteia junto ao governo a revisão do decreto 9.442.

Publicado em 5 de julho passado, o decreto 9.442 – que altera as alíquotas de IPI dos híbridos e elétricos – trouxe pouco ou nenhum benefício para os veículos dos dois segmentos. Há inclusive um movimento no setor automotivo para que o governo reveja as alíquotas que só entrarão em vigor em novembro.

Segundo o presidente da AEA, Associação Brasileira da Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, alguns modelos, como o híbrido Toyota Prius – o mais vendido no País -, tiveram apenas 1 ponto porcentual de redução (de 13% para 12%). Outros, como o Ford Fusion Hybrid, tiveram alíquota mantida, nesse caso em 13%.

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“Em alguns casos, a alíquota chegou até a subir”, revela Orikassa, citando o elétrico BMW i3, que teve IPI majorado de 7% para 13%. Combinando peso e eficiência energética, o novo IPI dos elétricos e híbridos vai variar de 8% a 20% a partir de novembro. Antes do decreto, a faixa era de 7% a 25%.

O presidente da AEA participou na segunda-feira, 17, do VI Workshop da Legislação Automotiva, promovido pela Automotive Business no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Na palestra que teve por tema Incentivo à Eletrificação, Okikassa destacou que em outros países os benefícios aos elétricos e híbridos são bem maiores do que os estabelecidos pelo decreto 9.442.

“O grupo de veículos elétricos e híbridos do Rota 2030 continua se reunindo e já conversamos com o governo, especialmente com o pessoal do MDIC, sobre essa questão. Mas está difícil sensibilizar o Ministério da Fazenda e a Receita Federal”, comentou Orikassa, para quem o ideal seria estabelecer para todos os veículos elétricos e híbridos alíquota única de 7%, que é hoje a menor do País e vale para os carros como motor 1.0.

O presidente da AEA, que é gerente de homologação da Toyota do Brasil, também comentou sobre o projeto da montadora de produzir no país um Prius híbrido-flex, ou seja, movido a etanol e eletricidade.

“A fase de testes em estradas e laboratório termina no mês que vem. E a resposta está sendo muito boa. Mas é preciso equilibrar a parte financeira. Com o IPI definido pelo decreto 9.442 fica difícil levar o projeto adiante”.


Foto: Diovulgação/Toyota

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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