Em processo de desaceleração desde o início do ano, o mercado de veículos seminovos, aqueles com até três anos de uso, acumula expressiva queda de 56,5% no acumulado dos primeiros nove meses do ano. Foram comercializadas 1,87 milhão dessas unidades no período, contra mais de 4,3 milhões de janeiro a setembro de 2017.
Os dados são da Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, que computa o mercado total de veículos, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. Os veículos duas rodas representam cerca de 20% desse universo.
Em setembro, as vendas de seminovos atingiram apenas 157 mil unidades, volume 14,2% inferior ao mês anterior. Essa queda até é normal, visto que o mercado todo retraiu neste comparativo, inclusive o de novos, por causa do menor número de dias úteis do mês – 19 contra 23 em agosto.
Mas a retração foi ainda mais expressiva, de 60,3%, se a comparação for com setembro do ano passado, quando foram comercializados mais de 395,7 mil seminovos. Esse sim é um indicativo claro de que o mercado dos veículos com até três anos de uso encontra-se em franca desaceleração.
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Um dos fatores que gera essa baixa de negócios com seminovos, segundo a Fenauto, é a falta de oferta de produtos no segmento. De 2014 para 2015 as vendas de carros zero-quilômetro despencaram de 3,5 milhões de unidades para 2,5 milhões e o volume foi ainda menor em 2016. Pelas estimativas da entidade, cerca de 4,5 milhões de veículos que hoje estariam disponíveis como seminovos deixaram de ser comercializados no auge da crise do mercado de novos.
A Fenauto segmenta o mercado de usados em seminovos, usados jovens (de 4 a 8 anos), usados maduros (9 a 12 anos) e velhinhos (13 anos ou mais). Desses quatro, o único em queda livre é o de seminovos e o que mais cresce é o de usados maduros – alta de 66,4% no ano, com quase 2 milhões de unidades comercializadas.
No início do ano, a Fenauto estimava crescimento em torno de 6% no mercado de usados este ano, índice similar ao do ano passado. Agora, acredita que no máximo as vendas vão empatar. De qualquer forma, o presidente da entidade, Ilídio dos Santos, manifestou esperança de que “com as próximas eleições possam ressurgir razões para a recuperação de perspectivas positivas e uma consequente melhoria nos índices de confiança do consumidor, refletindo nos resultados do mercado”.
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