O ano do setor automotivo brasileiro começou com a projeção de que as exportações chegariam a 800 mil veículos em 2018, 5% a mais do que o recorde de 2017. Tudo caminhava nesse sentido até o fim do primeiro semestre, mas nesta quinta-feira, 4, a Anfavea jogou a toalha e admitiu que, em vez de crescimento, os embarques recuarão.

O presidente da entidade, Antonio Megale, que chegou a comemorar o melhor abril da história de seis décadas do setor, revelou que, pela atual programação de pedidos das montadoras, não devem passar pelos portos rumo a outros mercados mais do que 700 mil veículos em 2018, 8,6% a menos do que no ano passado.

De janeiro a setembro foram exportadas 524,3 mil unidades, queda de 8% com relação ao mesmo período de 2017. Setembro registrou o pior resultado mensal do ano: somente 39,4 mil veículos deixaram o país, o menor volume desde janeiro de 2017.

A Anfavea calcula agora que serão exportados 665 mil automóveis e comerciais leves e 35 mil veículos pesados ao longo do ano, recuo de, respectivamente, 8,7% e 6,2%. O motivo: encolhimento dos mercados argentino e mexicanos, os dois principais destinos dos veículos nacionais.

Historicamente, a Argentina absorve de 70% a 75% da produção nacional de automóveis e caminhões – este ano a participação é de 73%. Em setembro comprou 50% do total, perto de 18 mil unidades. No acumulado até setembro seguiram para o país vizinho 363 mil veículos, 8% a menos.

O encolhimento dos negócios com o México é ainda mais drástico. Se nos nove primeiros meses de 2017 as exportações  para lá superaram 69,3 mil unidades, no mesmo período deste ano limitaram-se a 34,9 mil, tombo de 50%!

O balanço anual das exportações de veículos poderia ser ainda pior caso as montadoras não tivessem colhido bons resultados em outros mercados, ainda que menores. As vendas para o Chile, por exemplo, cresceram mais de 20% até setembro e chegaram a 31,4 mil unidades.  A Colômbia comprou 16,3 mil veículos no mesmo período, estabilidade com relação a 2017.

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Por conta desse quadro, a Anfavea refez também os cálculos para o faturamento como o mercado externo. Se antes esperava superar US$ 16,7 bilhões em 2018, 5,8% mais do que 2017, manteve a expectativa de variação positiva aogra em apenas 1,6%, ou crescimento pou US$ 600 milhões a menos do que inicialmente previsto.

Isso porque o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias, produtos de maior valor agregado, deve repetir em 2018 as 14 mil unidades embarcas no ano passado. A primeira estimativa da entidade, porém era de  15 mil máquinas, 7% a mais.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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