A indústria brasileira de motocicletas apresenta desempenho positivo em produção e vendas internas, mas as exportações estão em queda livre nos últimos meses por causa da crise na Argentina, principal destino dos produtos feitos no Polo Industrial de Manaus, que concentra toda a produção do setor.
Foram fabricadas no acumulado dos primeiros nove meses do ano total de 777.091 unidades, desempenho 19,2% superior ao do mesmo período de 2017, quando saíram das linhas de montagem 652.092 unidades. Os dados foram divulgados na terça-feira, 9, pela Abraciclo, que também revelou aumento de 8,7% nas vendas internas deste ano, com 695.928 emplacamentos entre janeiro e setembro, ante os 640.063 dos primeiros nove meses do ano passado.
Já o comportamento das exportações é negativo. Com 57.132 embarques até setembro, a queda ainda é pequena no acumulado do ano, de apenas 3,6% – foram exportadas 59.244 unidades no mesmo período de 2017. Mas considerando as vendas externas do mês passado o tombo é bem grande.
Em setembro foram exportadas somente 3.336 motocicletas, o que representou queda de 70,2% sobre o mesmo mês de 2017 (11.208 unidades) e de 55,7% no comparativo com agosto (7.537 unidades).
Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a queda acentuada no volume de exportações deve-se ao fato de a Argentina, que hoje enfrenta sérias dificuldades econômicas, ser o principal destino das motocicletas brasileiras. Em setembro, por exemplo, o país vizinho respondeu por 72,4% dos negócios externos do setor.
Fermanian admite que a entidade provavelmente vai ter de rever a meta de exportações para este ano, que em julho já tinha sido revisada para uma queda de 2,2%. Mas acredita que a projeção de alta de 11% na produção, para 980 mil unidades, será alcançada. “O mercado interno está aquecido e deverá absorver unidades que deixarão de ser exportadas”.
Por causa do menor número de dias úteis em setembro com relação a agosto (respectivamente 19 e 23), houve redução nas vendas de motos de um mês para o outro – 74.067 contra 88.906 unidades, menos 16,7%. Mas a venda média diária ficou estável no período em 3,8 mil motos. O mesmo aconteceu com a produção. Foram fabricadas 80,7 mil unidades no mês passado, alta de 5,2% sobre o mesmo mês de 2017, mas retração de 23,4% em relação a agosto.
“Enxergamos os resultados registrados até o momento com entusiasmo”, diz Fermanian. “Fatores como a redução do índice de inadimplência, maior oferta de crédito pelas instituições financeiras, expansão de negócios de consórcio e o crescimento da confiança do consumidor alimentam o aumento da demanda e isso reflete no volume de produção das fabricantes de motocicletas”.
Foto: Divulgação/Honda
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