Os licenciamentos de automóveis na China somaram 2,39 milhões de unidades em setembro, volume 11,6% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a CAAM, a associação que reúne os fabricantes instalados no país.
Foi o pior resultado em quase sete anos e marca o terceiro mês consecutivo de quedas: de 3,8%, em agosto, e de 4% em julho. Desde janeiro de 2012 a indústria automotiva local não via desempenho tão ruim. Na ocasião, o recuo de 27% foi consequência dos efeitos do calendário de feriados do Ano Novo Chinês.
Segundo informações da agência Reuters, embora a CAAM não tenha manifestada um motivo para o declínio, nos meses anteriores a associação havia citado o desempenho lento da economia e a guerra comercial com os Estados Unidos como responsável pelas quedas, lembrando que o governo de Pequim já abriu torneiras para aumentar a liquidez do mercado.
Nos primeiros nove meses do ano, as vendas totalizaram 20,49 milhões de veículos, aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A CAAM, no entanto, projetou anteriormente alta de 3% nos licenciamentos, em linha com o resultado do ano passado, mas bem abaixo da expansão de 13,7% registrada em 2016.
De acordo com analistas consultados pela Reuters, a desaceleração na demanda por carros ocorre em cidades menores, justamente mercados que representavam o motor do crescimento para indústria automotiva local. Para Yale Zhang, chefe da consultoria Shangai Foresight, vários fatores respondem pelo desaquecimento, o que inclui a alta no preço da gasolina, especialmente em 2018.
Outras empresas de consultoria, como a LMC Automotive, já esperam até mesmo um resultado negativo em 2018, após uma sequência ininterrupta de crescimento desde o início dos anos 90.
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