A Promotoria de Tóquio, Japão, prendeu na segunda-feira, 19 de novembro, o presidente global da Nissan Carlos Ghosn por supostas violações financeiras. De acordo com agências internacionais, desde 2011 o executivo declara valores de indenização menores aos que foram recebidos.

Em nota a Nissan diz que com base em relatório dos denunciantes, a empresa conduz uma investigação interna nos últimos meses em relação à conduta envolvendo presidente da Nissan e o diretor Greg Kelly.

“A investigação mostrou que, durante muitos anos, tanto Ghosn quanto Kelly relataram valores de compensação no relatório de valores mobiliários da Bolsa de Valores de Tóquio inferiores ao valor real a fim de reduzir a quantia de compensação divulgada de Carlos Ghosn”, diz comunicado da Nissan. “Além disso, em relação a Ghosn, vários outros atos de má conduta foram descobertos, como o uso pessoal dos ativos da empresa, e o profundo envolvimento de Kelly também foi confirmado.”

Ghosn é um caso raro de um executivo estrangeiro no alto escalão da indústria Japonesa. Bem-visto por ter tirado a Nissan da beira da falência, em 1999, hoje recebe diversas remunerações em virtude de suas múltiplas funções. Além de presidente da Nissan, é presidente do conselho e CEO da Renault, presidente do conselho da Mitsubishi e comanda a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

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Segundo agência Automotive News, na Nissan Ghosn recebeu cerca de 1,1 bilhão de ienes (US $ 10 milhões) em 2016 e outros US $ 6,5 milhões no ano fiscal mais recente. Também levou para casa em torno de US $ 8,5 milhões pela Renault e cerca de US $ 2 milhões da Mitsubishi no último período. Na Renault, seu pacote para 2017 foi aprovado por acionistas da fabricante, mas somente depois que ele concordou com uma redução de 20%.

A saída de Ghosn deve levantar questões a respeito do futuro da Aliança que ele pessoalmente moldou e se comprometeu a consolidar com acordos mais profundos, antes de finamente se aposentar.

Nascido em Porto Veho (RO), com ascendência libanesa e cidadania francesa, Ghosn iniciou sua carreira na Michelin, ocupando cargos na França e no Brasil. Posteriormente seguiu para a Renault e, em 1999, se juntou à Nissan, após compra da Renault por uma participação na montadora japonesa, se tornando seu principal executivo em 2001.

Em nota, a Nissan informa que está fornecendo informações para os promotores japoneses e cooperando com as investigações.


Foto: Nissan Motors/Divulgação

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