Apesar da desaceleração do mercado automotivo na Argentina, as autopeças brasileiras continuam apostando naquele mercado e ampliaram presença na edição deste ano da Automechanika Buenos Aires, realizada no início deste mês. Ante apenas dezessete participantes na feira de 2016, 45 empresas participaram este ano do estande coletivo do Sindipeças, fechando 1,4 mil contratos nos quatro dias da mostra.
Conforme balanço divulgado na quinta-feira, 22, pelo Sindipeças, a expectativa de negócios cresceu 171% em relação à edição anterior, sinalizando compras da ordem de US$ 12 milhões para os próximos doze meses. Foi a maior participação de brasileiros em feiras mundiais de autopeças com o incentivo do projeto Brasil Auto Parts – Trusted Partners, parceria do Sindipeças com a Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
Há muito anos a Argentina ocupa o primeiro lugar na lista dos principais destinos das exportações brasileiras de autopeças, o que ainda acontece no acumulado deste ano. De janeiro a setembro, os embarques para o país vizinho somaram US$ 1,67 bilhão, 28,4% do total exportado no período e resultado 0,5% inferior ao do mesmo período de 2017.
Mas em função da crise no país vizinho, as vendas de autopeças para lá estão em queda nos últimos meses, a ponto de em setembro os Estados Unidos terem superado a Argentina no ranking dos principais países parceiros dos brasileiros. Segundo o Sindipeças, foram exportados para os Estados Unidos em setembro total de US$ 155,9 milhões, enquanto as vendas para a Argentina ficaram em US$ 153,7 milhões, o que representou queda de quase 30% sobre o mesmo mês do ano passado.
Mercoparts – Em evento realizado este mês na Argentina, a presidência do Mercoparts, Conselho de Fabricantes de Autopeças do Mercosul, ocupada nos últimos dois anos por Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, passou a Raúl Amil, da Afac, Associação de Fábricas Argentinas de Componentes.
Criada em 2004, a entidade tem por objetivo promover os interesses gerais do setor de autopeças, estimular os processos de complementação industrial entre os fabricantes do Mercosul, fornecer informações aos governos para promover a correção ou eliminação de fatores que prejudiquem a competitividade das indústrias representadas e prover informações e acompanhar os governos da região nas negociações internacionais do Mercosul.