Já está em operação o centro de manufatura avançada da Ford em Redford, Estados Unidos. No local, cerca de uma centena de especialistas se dedicam a desenvolver tecnologias que movimentarão as fábricas da empresa no futuro.
O projeto de US$45 milhões envolve equipamentos como máquinas de impressão 3D, óculos de realidade virtual e robôs colaborativos.
“Há mais de cem anos a Ford criou a linha de montagem móvel e mudou para sempre a produção dos veículos em massa”, recorda Joe Hinrichs, presidente de operações globais. “Agora estamos reinventando a linha de montagem, testando tecnologias que até agora só eram imaginadas no cinema e que aumentarão nossa eficiência e qualidade de produção.”
A empresa está apostando alto na impressão 3D. Já conta com noventa impressoras para a produção de peças e ferramentas. Só no novo centro são 23 máquinas e dez empresas especializadas nessa tecnologia para desenvolvimento de aplicações com diferentes materiais — desde areia e pó de náilon a carbono.
Apenas uma das aplicações em estudo tem potencial para economizar mais de US$ 2 milhões, diz a Ford, sem entretanto especificar qual delas.
Peças impressas em 3D já começam a ser usadas com maior frequência na produção de veículos. Por exemplo: o sistema de freio do Shelby Mustang GT500, que será apresentado este mês no Salão de Detroit, tem dois componentes produzidos com a tecnologia. A picape chinesa F-150 Raptor também já tem uma peça da cabine impressa.
A impressão 3D também é usada para a produção de ferramentas e peças de reposição para a própria linha de montagem, economizando tempo e dinheiro.
Outra frente de trabalho é a maior utilização dos chamados cobots, os robôs colaborativos. A montadora já dispõe de cerca de cem deles em várias de suas unidades de produção em todo o mundo. A tendência tem sido diminuir o tamanho dessas máquinas para trabalharem ao lado dos funcionários sem a necessidade de gaiolas de proteção.
Na fábrica de transmissões de Livonia, nos Estados Unidos, um cobot já é utilizado em um trabalho de ergonomia tão difícil que os operadores só podem executá-lo durante uma hora por turno. Os estudos no centro de manufatura permitem identificar e resolver problemas desse gênero antes mesmo que os cobots sejam instalados.
Foto: Divulgação/Ford