Com vendas em 2018 aquém do volume projetado, os importadores de veículos querem crescer acima da média do mercado este ano e recuperar parte do mercado perdido no ano passado por causa, principalmente, da alta do dólar. A meta é atingir 50 mil emplacamentos em 2019, o que representaria alta de 33% sobre os 37.582 de 2018.
Conforme balanço divulgado nesta quarta-feira, 9, pela Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, que conta com dezesseis associadas, o crescimento de 26,3% registrado em 2018 sobre 2017, quando foram comercializadas 29.751 unidades importadas, frustrou as expectativas do setor, que esperava chegar a pelo menos 40 mil veículos.
“Infelizmente, terminamos 2018 com desempenho 6% inferior à nossa meta, que inclusive considerávamos conservadora frente ao término do Inovar-Auto”, comenta José Luiz Gandini, presidente da Abeifa. Segudo ele, o fim dos 30 pontos adicionais de IPI sobre os veículos importados acabou sendo neutralizado pela alta do dólar.
Com relação à expectativa de crescer 33% este ano, Gandini diz que aprincípio a meta pode parecer otimista demais, diante das estimativas já anunciadas pela indústria e pelo setor de distribuição, na casa de 11%. “No nosso caso, porém, levamos em conta uma demanda reprimida de 2018, ano em que o dólar flutuou mais próximo aos R$ 3,90”.
A projeção da entidade, com base em números divulgados por instituições financeiras, é que o dólar encerre 2019 na casa de R$ 3,75. Gandini admite que além do dólar mais alto também a evolução tecnológica dos carros nacionais, fruto principalmente das metas definidas pelo Inovar-Auto, tem dificultado a vida dos importadores. A tendência, segundo ele, é a de que o setor atue cada vez mais em nichos de mercado.
A participação dos associados da Abeifa no mercado interno total foi de apenas 1,52% no ano passado. Se considerado o total de veículos importados, ou seja, aqueles trazidos também pelas montadoras, a participação no acumulado do ano foi de 12,36%.
Fábricas locais – Das dezesseis associadas da Abeifa, quatro têm fábrica no País. São elas a BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki, que venderam em 2018 total de 23.699 veículos produzidos localmente, alta de 29% em relação aos 18.372 licenciamenos de 2017.
A meta das quatro fabricantes para este ano é mais do que dobrar o volume de vendas, atingindo perto de 55 mil veículos de produção nacional emplacados, sendo que deste total 40 mil deverão ser da Caoa Chery.
“Considerando as unidades nacionais e as produzidas no País por nossas associadas, deveremos atingir total de 105 mil emplacamentos este ano”, projeta o presidente da Abeifa. “Com isso voltaremos aos volumes que tínhamos entre 2014 e 2015”.
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