Montadora confirma encontro da direção da empresa com sindicalistas para a terceira semana de fevereiro
Após realizar assembleia na manhã desta terça-feira, 22, em frente à fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, SP, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC solicitou à direção da empresa a retomada das discussões sobre investimentos na planta, que depende de novos produtos para garantir empregos e até mesmo a sua existência.
Os trabalhadores decidiram na ocasião iniciar um processo de mobilização permanente, com a realização de assembleias internas nas diferentes áreas da fábrica até a semana do dia 18 de fevereiro, quando está prevista uma reunião com o presidente da Ford no Brasil, Lyle Watters.
A Ford nada comentou sobre a assembleia desta terça-feira, mas confirmou que haverá uma reunião com o sindicato na semana de 18 de fevereiro. Informou, ainda, “considerar prematuro dar mais detalhes sobre o tema”.
“Decidimos que não vamos aguardar novembro chegar, quando termina o período de estabilidade, e nem mesmo o segundo semestre. Vamos manter uma mobilização permanente na fábrica, vamos cobrar do presidente, vamos lutar para garantir uma nova expectativa de futuro para os trabalhadores, um cenário diferente dessa indefinição e desse risco que se desenha hoje”, comentou Wagner Santana, presidente do sindicato.
Segundo o sindicalista, a garantia de emprego depende em grande parte da vinda de novos produtos para a fábrica do Taboão, em São Bernando, já que atualmente são produzidos lá apenas o Fiesta e caminhões.
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Durante a assembleia, Santana destacou que o acordo firmado há quase dois anos previa negociações até o término da estabilidade acertada com os metalúrigos e até agora não há nada efetivo, nenhuma sinalização por parte da direção.
“De lá pra cá, mais de 1 mil trabalhadores saíram por meio de PDV e aposentadorias. Portanto, já houve um esforço do sindicato e dos trabalhadores no sentido de garantir a viabilidade desta planta, que produz apenas um automóvel, o novo Fiesta. Nenhuma planta se sustenta com um só modelo, ainda mais um que não possui vida longa, como a própria empresa já anunciou. É urgente retomar a discussão para a vinda de novos projetos e investimentos”.
Por isso, alega o sindicalista, é fundamental haver uma definição sobre o futuro da fábrica de São Bernardo, que hoje emprega 2,8 mil trabalhadores. “Aqui também se produz caminhões, mas sabemos que esse segmento sozinho não sustenta a unidade, até porque a Ford mundial já disse que esse é um mercado que não interessa muito a ela. O que garante emprego é investimento”
De acordo com o coordenador do comitê sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta, já houve uma série de acertos com a empresa para a manutenção dos empregos:
“Fizemos o PPE, Programa de Proteção ao Emprego, e até mesmo uma fusão entre as fábricas de caminhões e carros. Esta provavelmente é a única montadora do mundo onde os trabalhadores da montagem trabalham em duas fábricas, não existe em nenhum outro lugar uma versatilidade tão grande como a que temos aqui. Nós temos contribuído de uma maneira muito ampla para que a fábrica se viabilize”.
Foto: Divulgação/SMABC/Adonis Guerra
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