Motivo é a demissão de doze funcionários enquanto o sindicato negociava excedente de pessoal com a empresa
A demissão de doze funcionário na segunda-feira, 21, levou os trabalhadores da fábrica da Ford de Taubaté, no interior paulista, a inicirem greve por tempo indeterminado. O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Sindmetau, alega que as dispensas ocorreram em pleno processo de negociação da entidade com a empresa sobre medidas a serem adotadas para evitar a saída de pessoal excedente.
De acordo com comunicado do sindicato, apenas funcionários de setores essenciais foram liberados para entrar na fábrica nesta terça-feira, 22. A produção, garante a entidade, está paralisada.
A Ford não comentou sobre a greve, mas admitiu estar em processo de negociação com o sindicato. Em comunicado, justicou as doze demissões “à necessidade de adequar os volumes de produção e, consequentente, sua força de trabalho em função da queda nas exportações para a Argentina e do término do fornecimento de motores e transmissões para o México em 2019”.
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Em setembro, quando a Ford alegou um excedente de 350 trabalhadores em Taubaté, foram iniciadas negociações para a manutenção dos empregos. Um PDV foi aberto naquele mesmo mês, com adesão de 128 trabalhadores”, comenta o coordenador do CSE, Comitê Sindical de Empresa, da Ford, Sinvaldo Cruz. “Negociávamos outras medidas para administrar o excedente, quando fomos surpreendidos pela demissão de doze trabalhadores. Não restava outra alternativa para nós trabalhadores senão a de entrar em greve”.
Dentre outras medidas apresentadas pelo CSE incluiam-se a adoção de um novo PDV, a redução da jornada e licença remunerada. “São alternativas viáveis no sentido de buscar a preservação dos postos de trabalho”, avalia o sindicalista, ressaltando que o o Sindicato segue aberto à negociação com a empresa.
Segundo o sindicato, a Ford conta com cerca de 1,3 mil funcionários na fábrica de Taubaté. “Sabemos que a empresa passa por uma reestruturação global e que enfrenta dificuldades por causa da queda nas exportações. Mas também sabemos que há condições para que a mão de obra seja mantida na fábrica. Nossa intenção é que a empresa olhe com outros olhos as demissões, e que a gente possa buscar caminhos dentro de uma solução negociada para manter os postos de trabalho”, comenta o integrante do CSE da Ford, Milson Antunes.
Na avaliação da entidade, o acordo de cooperação com a Volks também pode trazer reflexos nas operações da empresa.
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Foto: Divulgação/Sindmetau
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