Em protesto contra a intenção da General Motors de retirar direitos trabalhistas conquistados ao longo dos últimos anos, os metalúrgicos da fábrica de São José dos Campos, no interior paulista, atrasaram a produção em uma hora e meia nesta sexta-feira, 1.

Das 5h30 às 7h, houve assembléia en frente aos portões da fábrica, quando os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região expuseram detalhes das negociações que estão em andamento com a empresa. Segundo a entidade, a proposta de retirada de direitos foi repudiada pelos trabalhadores, que só passaram pelas catacras a partir das 7h.

Em São Caetano do Sul, no ABC paulista, também houve uma série de assembléias para referendar posição contra a retirada de direitos s na fábrica. Três foram realizadas de manhã e uma aconteceu no período da tade em frente ao Centro Tecnológico.

O presidente do Sindicato de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, solicitou dos trabalhadores apoio para a defesa do acordo coletivo em vigor e contra a pressão da empresa visando flexibilizar direitos como condição para permanecer no Brasil.

“Não há neste momento nada a ser negociado, já que existe um acordo aprovado em fevereiro de 2017 e válido até 2021 que acabou por flexibilizar diversos direitos e assim garantir o investimento de R$ 1, 2 bilhão na unidade de São Caetano do Sul”, informou o dirigente, lembrando que na ocasião foi acertada a redução do piso salarial para novas contratações e do adicional noturno, de 30% para 20%, além de fica acertado zero de indexação de aumento salarial (INPC) em 2018, 60% em 2019 e 100% em 2020.

Em São José dos Campos, o sindicato informou que, após dez dias de negociações, houve alguns avanços em determinados pontos, dentre os quais a retirada da pauta, pela GM, da proposta de aumentar a jornada para 44 horas semanais. A montadora, segundo o sindicato, também abriu mão de aplicar a jornada intermitente na fábrica de São José dos Campos.

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Mas as negociações, alegam os dirigentes sindicais, estão longe de acabar. Dentre os pontos que a GM insiste em manter, a entidade destaca o congelamento de salário, nova grade salarial, terceirização irrestrita e fim da estabilidade no emprego para lesionados. A íntegra da proposta inclui 28 pontos – todos referem-se a retirada de direitos.

“A assembleia mostrou forte poder de mobilização na fábrica e que é necessário enfrentar a reestruturação”, comentou o vice-presidente do sindicato, Renato Almeida. “Já ficou claro que esta luta não é só dos metalúrgicos da GM, mas de todos os setores. O sindicato dará continuidade à sua política de transparência, mantendo os trabalhadores informados sobre o que está acontecendo na mesa de negociação. Ao final, eles irão decidir se aceitam ou não as propostas da empresa”.

 


Foto: SMSJC

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