Janeiro de 2019 deu prosseguimento às curvas de desempenho de 2018 dos dois principais polos automotivos da América do Sul. A diferença está no sentido dessas curvas: enquanto no Brasil seguiu orientada para cima, na Argentina aponta forte para baixo.
E os números do mês passado sinalizam que o quadro de 2019 no país vizinho pode ser ainda mais obscuro do que no ano passado, quando as montadoras argentinas fabricaram 466,6 mil veículos, o pior desempenho em mais de uma década e praticamente a metade das 828 mil alcançadas em 2011, recorde histórico.
Segundo a Adefa, Associação de Fabricantes de Automóveis, a produção argentina de automóveis e comerciais leves foi de apenas 14,8 mil unidades, decréscimo de 27,7% em relação a dezembro e de nada menos do que 32,3% sobre o mesmo mês de 2018, quando foram fabricados 21,8 mil veículos.
O recuo no mercado interno foi ainda maior na comparação anual. Se em janeiro de 2018 as vendas superaram 64,4 mil unidades, no mês passado limitaram-se a 30 mil, 53,4% abaixo.
Luis Fernando Peláez Gamboa, presidente da entidade, pondera que o número deve-se a paradas das linhas normais nos períodos de festas de fim de ano e que se estenderam em janeiro. E que o momento recomenda prudência para projeções sobre o comportamento da indústria ao longo dos próximos meses.
“Em 2018, o mercado e a indústria começaram com uma inércia que levou a estimativas para volumes recordes. No entanto, a turbulência financeira colocou números de vendas e produção mais próximos do comportamento histórico médio local “, recordou.
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O ritmo quase estático das linhas de montagem se refletiram também no movimento dos portos. Saíram da Argentina em janeiro rumo a outros mercados somente 7,4 mil veículos entre automóveis e utilitários leves, queda de 67,7% em relação ao volume exportado em dezembro e de 28,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
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