A Nissan realiza testes no Brasil com o híbrido Note e-Power e não descarta a adaptação da tecnologia nos motores flex aqui produzidos. O anúncio foi feito pelo presidente da montadora no Brasil, Marco Silva, durante o evento Nissan Electric Café, realizado nesta quarta-feira, 13, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
“No nosso plano de eletrificação até 2022 consideramos trazer o e-Power para o Brasil”, comentou Silva, reforçando que a tecnologia é uma evolução que está sendo trabalhada pela companhia. O Kicks é um dos modelos que pode incorporá-la.
Segundo Silva, o Note e-Power está em teste nas estradas brasileiras há quatro meses. “Andamos pelo Nordeste, pelo Sul e outras regiões, avaliando seu comportamento em baixas e altas temperaturas, no nível do mar e em altitudes elevadas. Acreditamos que com esse tipo de tecnologia é possível oferecer um preço mais acessível do que o do modelo 100% elétrico”.
LEIA MAIS
→Nissan não terá 3º turno este ano por causa da crise na Argentina
No caso do Brasil, os veículos híbridos flex ainda se beneficiam com desconto de três pontos porcentuais na alíquota de IPI, incentivo previsto no Rota 2030.
Como destaca a própria montadora, à primeira vista o sistema e-Power pode ser confundido com um conjunto híbrido convencional. Um mal-entendido, segundo explica, até justificável, pois o veículo incorpora um motor a combustão e outro elétrico.
A diferença é que nesse caso o motor a combustão serve apenas para gerar eletricidade para o elétrico. “Ele alimenta um gerador que está ali apenas para carregar a bateria. Esta, sim, entregará a energia para mover as rodas do veículo”, esclarece a Nissan. O sistema e-Power foi desenvolvido com base na tecnologia do Nissan Leaf, com a vantagem de não ter limite de autonomia, com baixíssimas emissões.
A Nissan tem por meta vender 1 milhão de veículos eletrificados (100% elétricos e híbridos) por ano a partir de 2022 e o Brasil é parte importante nesse processo. No evento Nissan Electric Café a empresa mostrou além do Leaf e do Notae e-Power também o X-Trail híbrido e o SOFC, também em testes no Brasil.
LEIA MAIS
→Sem data para chegar, Leaf já tem quinze unidades reservadas
→Toyota produzirá veículo híbrido flex em 2019
“A eletrificação é um dos pilares da visão da mobilidade inteligente da Nissan”, destaca o presidente da montadora no País. “Por isso, temos um portfólio global inovador com diferentes soluções de tecnologias eficientes e no Brasil temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento da mobilidade elétrica.”
Segundo o executivo, a Nissan está desenvolvendo parcerias estratégias com instituições e empresas para garantir o ciclo completo do veículo de emissão zero no País. Dentre elas, uma com a Universidade de Santa Catarina e outra com o Parque Tecnológico de Itaipu.
Com relação ao sistema SOFC, Solid Oxid Fuel Cel, a Nissan lembra que o Brasil foi o primeiro país a receber essa tecnologia, que mescla combustível líquido, hidrogênio e eletricidade, para testes. Apesar da utilização do etanol, não se trata de um conjunto híbrido, já que não há combustão. O álcool entra no sistema apenas para produzir, por meio de reação química, o hidrogênio. O elemento químico, por sua vez, será responsável por abastecer a pilha de combustível, gerando a eletricidade.
O SOFC não é carregado na rede elétrica. Sua energia é sempre proveniente da reação com o etanol. Isso faz com que o Nissan SOFC consiga uma autonomia superior a 600 km. Suas emissões de carbono-neutro são tão limpas quanto a atmosfera, o que será a parte do ciclo natural do carbono.
Foto: Divulgação/Nissan
- Fora do Top 5 do atacado, Creta é líder no varejo em 2024 - 19 de novembro de 2024
- Locadoras garantem alta no mercado automotivo em novembro - 18 de novembro de 2024
- Importações da China elevam déficit comercial das autopeças brasileiras - 18 de novembro de 2024