Lançamento do terceiro SUV da empresa produzido no País integra estratégia baseada em dividir para conquistar
Em pouco mais um ano desde que nasceu como Caoa Chery, em novembro de 2017, a mais recente fabricante de veículos do País segue plano ambicioso sustentado por produto e rede. No curto período de tempo, introduziu no mercado os utilitários esportivos Tiggo 2 e Tiggo 5X, além do sedã Arrizo 5. Agora, chegou a vez de mais um SUV, o Tiggo 7, de dimensões maiores que os anteriores e com um apelo de mais sofisticação. Na distribuição, encerrou 2018 com 65 lojas e pretende ter 111 até o fim de 2019.
O lançamento, oferecido em duas versões sem opcionais, a T, por R$ 107 mil, e a TXS, por R$ 117 mil, é mais um elemento de um processo que a Caoa Chery entende como a construção de uma marca. “Não basta apenas falar, é preciso trabalhar forte na qualidade de toda a cadeia de valor”, resume Marcio Alfonso, CEO da companhia. “Sem desculpas, devemos entregar um produto que supere as expectativas, por um preço justo e apoiado na qualidade.”
Embora discursos de quem defende uma camisa possam gerar desconfianças, não dá para contrariar o executivo. O Tiggo 7 realmente faz transparecer um trabalho cuidadoso, no qual as escolhas dos materiais e as soluções encontradas resultaram em conjunto bem-acabado. Internamente, a combinação de revestimentos emborrachados e do couro com costuras aparentes, aliada a um amplo espaço, garante não só conforto, mas bem-estar a bordo.
Também o farto pacote de recursos reunidos no modelo não deixa o motorista com a sensação da falta de algum item. Sem exageros de botões, a organização dos interruptores tende ao sóbrio, com a possibilidade de diversos acionamentos diretamente pela tela de 9 polegadas da central multimídia, como a regulagem do ar-condicionado. O volante multifunção completa os acessos aos itens disponíveis no carro, casos do sistema de áudio, navegação e controlador de velocidade.
As primeiras impressões com o Tiggo 7 em um percurso misto mostraram que também as adaptações responderam de maneira adequada à realidade brasileira. O modelo traz motor turbo 1.5 flex que desenvolve 150 cv (abastecido com etanol) e torque 21,4 kfgm a 4.400 rpm associado a um câmbio automático de dupla embreagem de seis velocidades. O conjunto proporcionou competência para saídas ágeis e retomadas de velocidade sem hesitações. O carro navega firme e suave na pista, o que indica outro bem-sucedido trabalho nos sistemas de suspensão, de rodas independentes, e direção, com assistência elétrica progressiva.
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A decisão de mais um utilitário esportivo no portfólio da marca está no desempenho da categoria. O segmento é o que mais cresce em venda no País. Pelas contas da companhia, no ano passado, o salto nos licenciamentos foi superior a 23%, com participação de quase 21% no mercado de automóveis. “Os SUVs atendem todos os gostos, com ampla variação de tamanho, motor e pode entregar tanto sobriedade quanto esportividade”, acredita Henrique Sampaio, gerente de marketing da Caoa Chery. “Dos cinquentas modelos mais vendidos no País, catorze são SUVs.”
A Caoa Chery estima vender entre quatrocentas e quinhentas unidades do Tiggo 7 por mês. O lançamento é o segundo modelo da marca a ser produzido em Anápolis (GO), junto com o Tiggo 5X, além dos modelos da Hyundai (iX35 e o comercial HR). A fábrica tem capacidade produtiva para 86 mil unidades/ano em regime de três turnos. Com o desempenho industrial de Jacareí (SP), de 45 mil a 55 mil unidades/ano, a empresa garante fôlego de sobra para qualquer demanda do mercado acima do esperado.
Este ano, a montadora persegue objetivo de produzir 44 mil modelos Caoa Chery, dos quais 38 mil absorvidos pelo mercado. Se o plano efetivamente der certo, a marca deverá encerrar 2019 com participação em torno de 1,5%. Afonso reconhece que os números obtidos até estão longe do horizonte que almeja. Terminou o ano passado com 8,6 mil carros vendidos ou 0,5% do mercado e produziu 10,4 mil veículos.
O executivo, no entanto, não faz segredo de que novos reforços chegarão ainda este ano, colocando em linha de produção mais um modelo para cada fábrica. O Tiggo 8, outro SUV, está certo para Anápolis. Falta decidir o que caberá a Jacareí. E como dividir também é um jeito de conquistar, Alfonso usa o poder que tem em mãos. “Não temos fábrica para muito volume, mas flexibilidade para baixos volumes de vários produtos.”
Fotos: Caoa Chery/Divulgação
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