O Groupe PSA fez de 2018 um ano de verdadeira redenção para uma empresa que apenas seis anos antes fletarva com o fim de sua mais que centenária história. O conglomerado francês cravou recordes mundiais em volume de vendas de veículos, faturamento, resultado operacional e lúcro líquido.
No total, somando veículos, atividades financeiras e a divisão de autopeças e serviços Faurecia, a receita total do conglomerado evoluiu 18,9%, para € 74 bilhões, e a margem operacional ficou em 7,7%, um aumento de 1,3 pp em relação a 2017.
Considerando suas cinco marcas de automóveis e comerciais leves, a empresa contabilizou 3,88 milhões de veículos negociados em todo o mundo no ano passado, 8% a mais do que em 2017. Somente a receita da Divisão Automotiva PCD, que envolve Peugeot, Citroën e DS, totalizou € 43,2 bilhões, aumento de 5,6% na mesma comparação.
Já a receita da divisão OV Automotive, que congrega Opel e Vauxhall, totalizou € 18,3 bilhões em 2018, em comparação com € 7,2 bilhões nos últimos cinco meses de 2017, quando as duas marcas foram compradas da General Motors. O resultado operacional da divisão chama ainda mais a atenção: contra perdas de € 179 milhões de agosto a dezembro de 2017, passou a € 859 milhões positivos no ano passado.
A margem operacional da divisão PCD beirou os € 5,7 bilhões, 43% a mais do que no ano anterior, e representou índice recorde de 8,4%. “A Peugeot Citroën DS fez progressos significativos pelo quinto ano consecutivo e fecha a primeira fase do plano estratégico Push to Pass com excelentes resultados “, destacou Carlos Tavares, presidente do Conselho Administrativo do Groupe PSA, que comemorou ainda evolução de 43% do lucro operacional do grupo, para € 5,7 bilhões, e lucro líquido de € 3,3 bilhões, € 948 milhões a mais do que em 2017.
LEIA MAIS
→PSA e FCA estendem parceria em utilitários
→Grupo PSA testará carro autônomo na China
Tavares é conservador em suas projeções de curto prazo para os mercados onde o conglomerado atua. Em 2019, estima, as vendas europeias permanecerão estáveis — somatam 3,1 milhões no ano passado —, enquanto recuarão 1% na América Latina e 3% na China, que passou de 387 mil em 2017 para 263 mil em 2018. Crescimento mais significativo mesmo deve ser registrado na Rússia, ainda assim de apenas 5%.
A empresa inicia agora a segunda parte do plano Push to Pass idealizado por Tavares. De 2019 a 2021 pretende obter no mínimo 4,5% de margem operacional anual. “ Queremos nos tornar uma montadora mundial na vanguarda da eficiência e um fornecedor de referência de serviços de mobilidade.”
Para chegar lá, o grupo pretende acelerar a implementação de projetos que promovam a eficiência, particularmente com tecnologia digital e veículos eletrificados, quedevem responder por 50% dos veículos das marcas da empresa em 2021.
Simultaneamente, a PSA investirá em novos mercados: na América do Norte com a Peugeot — uma surpresa revelada por Tavares na terça-feira, 26, durante a apresentação do balanço global —, na Índia com a Citroën e na Rússia com a Opel. O objetivo é aumentar suas as vendas fora da Europa em 50% até 2021.
América Latina – A operação latino-americana negociou 175 mil veículos no ano passado, contra 206 mil em 2017. Patrice Lucas, presidente da PSA na região, apontou a crise econômica argentina e o período ainda de incertezas no Brasil, com eleições presidenciais e greve dos caminhoneiros, como os maiores limitadores do desempenho das vendas.
Entretanto, sem abrir os números absolutos, o dirigente assegurou que a PSA esteve perto do equilíbrio em 2018 na América Latina, após três anos seguidos de lucro. Voltar a ganhar dinheiro na região é objetivo que pode ser alcançado já em 2019, admite a empresa.
LEIA MAIS
→Novo capítulo na parceria da PSA e Toyota na Europa
Lucas, porém, pondera que dependerá em especial da retomada do mercado de veículos na Argentina, algo que ele mesmo acredita ser difícil diante do atual quadro econômico do país. Na verdade, a PSA considera mesmo uma nov queda — no Brasil, projeta o executivo, as vendas de veículos devem avançar em torno de 10%.
De qualquer maneira, a empresa encaminha investimento de US$ 320 milhões para a modernização da planta argentina de El Palomar e a produção de veículos sobre a nova plataforma CMP. O primeiro deles chegará aos mercados sul-americanos no ano que vem, com início de produção ainda no fim de 2019. As especulações recaem sobre o novo hatch 208, recém-apresentado na Europa, mas a PSA ainda nega.
Uma variante dessa nova plataforma foi confirmada por Lucas na sequência para Porto Real (RJ), talvez dando origem a mais um SUV, só que com a marca Peugeot. A fábrica fluminense produziu 77,6 mil veículos em 2018, inclusive do mais recente lançamento Citroën C4 Cactus, outro SUV.
Hoje o principal produto da Citroën, responsável por mais da metade das vendas no mercado brasileiro desde seu lançamento no segundo semestre do ano passado, o Cactus inicia sua carreira internaciomal este ano. Cerca de 2 mil unidades seguirão para a Colômbia e PSA definiu que começará a enviá-lo para alguns países africanos.
Foto: Divulgação/PSA
- Brasileiros já compraram 2 milhões de veículos leves em 2024 - 1 de novembro de 2024
- Honda mexe bem pouco na família City 2025 - 1 de novembro de 2024
- Lexus renova o UX 300h, modelo de “entrada” da marca - 29 de outubro de 2024