Empresa

Carlos Ghosn é solto sob fiança de R$ 33,8 milhões

Após quase três meses de prisão, ex-executivo da Aliança Renault-Nissan-Mitsubshi foi libertado mas não pode deixar o Japão

Sob custódia desde 19 de novembro, o ex-presidente da Aliança Renault, Nissan e Mitsubishi, Carlos Ghosn, foi liberado nesta quarta-feira, 6, de uma prisão em Tóquio, Japão, após pagar fiança de 1 bilhão de ienes, o equivalente a R$ 33,8 milhões.

Segundo agências internacionais, o executivo nascido no Brasil ficará em liberdade enquanto aguarda o julgamento, ainda sem data marcada mas previsto para o segundo semestre deste ano. Investigado por crimes de fraude fiscal, Ghosn está sujeito a pena de até 15 anos de prisão.

LEIA MAIS

“Aliança está a todo vapor”, diz presidente da Renault para a América Latina

Carlos Ghosn é detido no Japão por suspeita de fraude fiscal

Vestido com um macacão de trabalho, boné e máscara, Ghosn, de 64 anos, foi escoltado ao sair da prisão. O Tribunal Distrital de Tóquio, que já havia rejeitado dois pedidos anteriores de liberdade sob fiança, concordou em concedê-la na terça-feira, 5, mas impôs fortes medidas de segurança para evitar que ele deixe o país ou destrua provas.

Com passaporte confiscado, Ghosn se comprometeu a usar um dispositivo eletrônico para controlar sua localização. Também está sendo instalada uma câmera de videovigilância na entrada da sua residência e sua comunicação será limitada, visto que ele não pode falar com outras partes envolvidas no caso ou receber e enviar mensagens de texto. O executivo só poderá usar computador no escritório de seus advogados.

De acordo com a Procuradoria do Japão, Ghosn teria cometido três delitos. Dois deles por supostamente ter ocultado parte de sua renda milionária durante oito anos, estimada em cerca R$ 315 milhões, e outro por usar a Nissan para encobrir perdas financeiras pessoais durante a crise financeira de 2008, no valor de R$ 62 milhões.

LEIA MAIS

Carlos Ghosn fala em conspiração

Ghosn renunciou ao comando da Renault, afirmam agências

Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi vende mais de 10,7 milhões de veículos

Demitido tanto na Nissan como na Mitsubishi dias depois da prisão, Ghosn renunciou ao cargo na Renault no final do mês passado. Nas ocasiões em que pode falar, ele sempre se declarou inocente, alegando ter ocorrido uma “conspiração” dos diretores da Nissan para removê-lo da presidência da montadora.

“Fui acusado injustamente e fui preso injustamente por causa de alegações que não têm nenhum fundamento”, afirmou o brasileiro em sua primeira audiência no tribunal em janeiro. “Sempre agi com integridade e nunca me acusaram de nenhum delito durante a minha carreira de várias décadas”.


Foto: Divulgação/Renault

Compartilhar
Publicado por
Redação AutoIndústria

Notícias recentes

2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil”

Além da Toyota, Stellantis e BMW já iniciaram produção local. Outras marcas, incluindo as chinesas,…

% dias atrás

2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro

100 mil novos empregos na cadeia e anúncio de investimento recorde de R$ 180 bilhões…

% dias atrás

XBRI Pneus anuncia fábrica em Ponta Grossa

Operação recebe aporte de R$ 1,5 bilhão e atenderá indústria e mercado de reposição com…

% dias atrás

Iveco avança em conectividade com o S-Way

Transporte rodoviário de carga

% dias atrás

2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades.

Em 2024 já faltou pouco para superar o resultado de 2019, último ano pré-pandemia; AEA…

% dias atrás

BMW produzirá seis novas motos em Manaus em 2025

Primeiro modelo chega às revendas no primeiro trimestre. Produção crescerá 10%.

% dias atrás