Se as montadoras instaladas no Brasil ainda tinham algum resquício de esperança de ver o mercado argentino, principal destino de exportação do veículos brasileiros, reencontrar o caminho do crescimento, o desempenho de fevereiro reforça que o caminho para ao menos sustentarem o já deprimido número de seus  embarques do ano passado não passará pelo país vizinho em 2019.

Ainda que as projeções da maioria das empresas já contemplassem dificuldades nesse sentido, os números acumulados do primeiro no primeiro bimestre na Argentina trazem um vermelho ainda mais intenso e devem forçar uma revisão dos cálculos para os próximos meses.

Em fevereiro, as vendas para as concessionárias  na Argentina ficaram em 30,4 mil unidades, tombo de 58,8% diante do número alcançado no mesmo mês do ano passado, quando mais de 73,7 mil veículos foram entregues à rede de revendedores.

O degrau abaixo é semelhante no acumulado do ano: as 60,4 mil unidades vendidas em dois meses representaram recuo de 56,3% sobre o primeiro bimestre de 2018.

As montadoras exportaram 19,4 mil carros e utilitários leves em fevereiro, avanço de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Só que, com o péssimo deempenho do setor em janeiro, boa parte por conta do período de férias, o saldo anual já é negativo em 9,5%, com somente 26,8 mil unidades embarcadas

Com o mercado interno ladeira abaixo e as exportações ainda em ritmo lento, as linhas de montagem argentinas não poderiam ter outro desempenho.  Segundo a Adefa, associação das montadoras argentinas, em fevereiro foram produzidos 32,7 mil veículos, decréscimo de 16,4% em relação a fevereiro de 2018. Na comparação bimestral, o saldo é ainda pior: a produção de 47,5 mil unidades representa queda de 22,1%.

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A  entidade já afirmou estar atenta “à desaceleração do mercado e seu impacto sobre a indústria e aguarda o fim do primeiro trimestre para projetar o comportamento que terá o ano”.

Enquanto isso, completa em nota, segue trabalhando em conjunto com o governo para medidas que melhorarem as condições de competitividade e o acesso aos mercados de exportação.


Foto: Divulagação/Nissan

 

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