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Venda da Ford: metalúrgicos querem garantia de emprego.

Matriz não cede e Sindicato do ABC deve participar das negociações com interessados na compra

A direção mundial da Ford não cedeu em sua decisão de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, mas confirmou haver interessados no complexo industrial a autorizou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a participar das negociações com os interessados na sua compra.

Essa foi a informação divulgada pelo presidente do sindicato, Wagner Santana, durante assembleia na manhã desta terça-feira, que reuniu os trabalhadores da fábrica do Taboão em frente a uma das suas portarias.

“Com esse posicionamento, deixamos claro que temos de estar presentes na mesa de negociação. A partir de agora estamos em luta pela manutenção dos empregos nesta planta. Não importa quem é o patrão. O patrão vai, mas os empregos ficam”, destacou Santana.

Segundo o sindicato, o presidente de operações globais da Ford, Joe Hinrichs, confirmou que há três grupos interessados na aquisição da planta de São Bernardo. Dois deles já teriam propostas mais firmes e devem realizar reuniões com a direção da montadora nos próximos dias. Há nova assembleia na Ford marcada para a quinta-feira, 14. Até lá os trabalhadores continuam parados.

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Diante do inevitável fechamento da fábrica, anunciada no Brasil no dia 19 de fevereiro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deixou claro que o sindicato agora vai contribuir para que as negociações deem certo e que seja uma venda com “porteira fechada, ou seja com a manutenção de todos os trabalhafores”.

Também presente na assembleia, o coordenador do Comitê Sindical (CSE) na Ford, José Quixabeira de Anchieta,  detalhou como foi a conversa com a direção global.

“Apresentamos vários argumentos para a manutenção da planta. Reforçamos a versatilidade da mão de obra, com os trabalhadores atuando tanto na linha de automóveis como na de caminhões, e o seu nível de automação, além de lembrar sobre o impacto social que representaria o fechamento. Mas a resposta foi que a empresa não recuaria da decisão. Continuaremos lutando pela fábrica, mas se realmente for acontecer a venda, queremos estar na discussão de possíveis compradores”.

Rafael Marques, ex-presidente do Sindicato e trabalhador na Ford, também fez parte da comitiva que foi aos Estados Unidos: “A direção não tinha resposta aos argumentos que apresentamos. Ficou claro que eles cometeram erros de estratégia na América do Sul, que a direção local não fez a leitura correta dos mercados brasileiro e argentino ao definir o tipo de projeto para o Brasil. Caminhões é um acerto da Ford no Brasil, sempre foi. Não conseguimos entender a decisão de abandonar esse produto, esse mercado e esses trabalhadores”.

O presidente do Sindicato do ABC também comentou nesta terça-feira que o presidente da República deveria levar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em encontro que ambos terão na próxima terça-feira, 19, a questão do fechamento da Ford em São Bernardo.

“Ele deveria levar ao presidente dos EUA, país sede da Ford, a indignação do governo brasileiro, que tanto incentivo deu a essa empresa. Foram mais de R$ 7 bilhões em incentivos fiscais nos últimos cinco anos. Isso significa dinheiro público, patrimônio de cada brasileiro e brasileira. Esse deveria ser o comportamento do governo numa conversa com o presidente Trump”, comentou Santana.


Foto: Divulgação/SMABC-Adonis Guerra

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Publicado por
Redação AutoIndústria

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