Com noventa pontos de venda e 4,5 mil funcionários, a rede de caminhões Ford ainda tenta assimilar o impacto do fechamento da fábrica da montadora em São Bernardo do Campo (SP), onde são produzidos os pesados da marca. Pela lei Renato Ferrari, as concessionárias têm direito à indenização, que varia caso a caso e envolve, dentre outros itens, o pagamento do valor do estoque de peças a preço de custo, do ferramental e da própria bandeira.
No momento, a Ford negocia com concessionárias de automóveis, que também têm operações relativas aos pesados, a garantia de assistência técnica à frota de caminhões da marca que circula pelo País. Ou seja, está nomeando a revenda de carro da marca para atender os clientes que têm veículos pesados Ford. Já teria feito acertos nesse sentido em Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).
Desde o anúncio do fechamento, que será concretizado em novembro, as vendas dos caminhões em estoque ou que serão produzidos até lá estão sendo feitas diretamente da montadora para os consumidores, deixando de passar, assim, pelas concessionárias.
A Fenabrave manifestou-se oficialmente nesta quarta-feira, 3, sobre o caso Ford. Segundo o presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr., a marca deteve participação de 12,18% no mercado de caminhões em 2018, com a venda de 9,3 mil unidades: “Acreditamos que o fechamento da fábrica não terá impacto no mercado. A concorrência deve absorver as vendas que a marca deixará de fazer internamente”.
Com relação ao quadro de 4,5 mil funcionários da rede Ford Caminhões, a Fenabrave diz também acreditar que nesse caso parte desses profissionais, muitos dos quais altamente qualificados, deverá ser absorvida por revendas de outras marcas.
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Assumpção Jr. não quis comentar sobre os fortes rumores de que a Caoa já teria comprado as operações da Ford em São Bernardo, dizendo ser esse um assunto delicado, até porque não há certeza de que tal transação já teria sido concluída.
Na rede de distribuição, no entanto, esse é o assunto do dia. Segundo fontes do mercado, a intenção do Grupo Caoa não é continuar produzindo caminhões Ford, mas sim de outra marca. As negociações envolveriam um grupo chinês que participaria do investimento para a compra do complexo industrial do ABC.
Foto: Divulgação/Ford
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