As vendas do up! estão ladeira abaixo. O compacto da Volkswagen somou 2,7 mil unidades negociadas no primeiro trimestre e aparece apenas na 44ª colocação no ranking de automóveis mais vendidos no Brasil, duas posições atrás até do Jetta, modelo da marca importado e que custa quase o dobro.
É, de longe, o pior desempenho desde seu lançamento em 2014. Mas não se trata de fenômeno recente. O ano de maior volume negociado do up! foi exatamente o seu primeiro, quando os licenciamentos bateram em 58,9 mil unidades.
Desde então, as vendas só recuaram: para 53,5 mil unidades em 2015, 38,3 mil em 2016, 34,2 mil em 2017 e 20,5 mil no ano passado. Em 2016, o up! foi o 13º automóvel mais vendido no Brasil e dois anos depois estava na 35ª posição.
O resultado de 2018 chama particularmente a atenção não só pelo tombo de ordem de 40% sobre o ano anterior, mas por ter ocorrido em momento de retomada do mercado interno e, em especial, da própria marca.
Dentre as líderes, a Volkswagen foi a que obteve o maior crescimento de participação no ano passado: ganhou 2,4 pontos porcentuais sobre 2017 — os emplacamentos cresceram 35% contra a média de 13,7% do mercado — e deteve 14,9% do mercado de automóveis e comerciais leves.
De janeiro a março deste ano, contudo, a participação foi de apenas 14,3%. O up! certamente tem colaborado para o recuo. A comparação dos primeiros trimestres dos últimos anos não deixa margem para dúvidas.
Nos primeiros três meses de 2018, foram negociadas 4,9 mil unidades do compacto, quase o dobro de 2019. Um ano antes, porém, foram 8,8 mil e 10,3 mil no primeiro trimestre de 2016. Ou seja: em apenas três anos, os licenciamentos encolheram 75%.
A chegada do Novo Polo no segundo semestre de 2017, com versões de preços aproximados com algumas do up!, claramente colaborou para o declínio do compacto. Mas parcela maior pode ser atribuída à própria idade do projeto e, sobretudo, os planos da montadora para o segmento, que, a julgar pelas várias informações de bastidores, não contemplam o up!.
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O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, por exemplo, deixou vazar recentemente que a Volkswagen deve encerrar a produção da atual geração do Gol, Voyage e do próprio up! até 2021. A partir de então, Taubaté produzirá um novo modelo compacto sobre plataforma derivada da MQB, já conhecida do Polo, Virtus e T-Cross.
Consultada sobre o fraco desempenho do up! e se ele estaria em vias de ter sua produção encerrada, a Volkswagen disse apenas que “o modelo continua em linha normalmente”, tem importante papel nas exportações da montadora e lembrou que está próximo de completar 300 mil unidades produzidas no Brasil.
Foto: Divulgação/Volkswagen
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