Se a disputa pelo segundo lugar do mercado interno de veículos se acirrou com a Fiat crescendo 1,4 ponto porcentual e encostando na Volkswagen no primeiro trimestre, no segmento de comerciais leves ninguém ameaça a hegemonia da marca italiana. Ao contrário, no acumulado até março, a empresa conquistou uma de suas maiores participações desde que inaugurou sua fábrica em Betim (MG), em 1976.
Foram licenciados no período 34 mil picapes e furgões Fiat, 40,9% do total de comerciais leves vendidos no País. Portanto, de cada dez veículos do segmento, quatro ostentavam a logomarca da empresa. A segunda colocada ficou muito, mais muito atrás: a Volkwagen, com 13,7 mil licenciamentos, deteve fatia de 16,5%, seguida da Toyota, com 11,1% das vendas e 9,2 mil veículos emplacados, todos picapes.
Nem mesmo somando ainda os 10,7% da quarta colocada, a GM, a Fiat perderia a liderança para suas concorrentes, que parecem não se importar com esse quadro. Afinal, ele é o mesmo há muito tempo. Em 2018, por exemplo, a Fiat respondeu por 38,6% das vendas do segmento, novamente à frente da VW (17,9%) e da GM (12,2%). No ano anterior, esteve na liderança com 37,5%, diante de 17,2% da VW e 14,3% da GM.
Em 2015, ano em que também liderou pela última vez o mercato total, incluindo automóveis, a marca italiana abocanhou 34,7% dos licenciamentos, novamente muito à frente da Volkswagen (19,5%) e da GM (16%). E desde então sua participação só aumentou, culminando com os mais de 40% do primeiro trimestre de 2019.
Boa parte desses 6 pontos porcentuais conquistados no período se deve à Toro, picape lançada em 2016 que criou um novo segmento e representou vendas quase que totalmente adicionais para a marca. O modelo somou 12,3 mil unidades negociadas de janeiro a março, participação de 28,5% e suficiente para reafirmar a liderança conquistada já em seu primeiro ano de mercado e mantida em 2017 e 2018.
Mas outros produtos Fiat também se destacam. Na verdade, com a Toro, a marca lidera três dos quatro sub-segmentos de comerciais leves: a Strada, com 16,6 mil unidades, responde por 58,8% dos licencimentos de picapes pequenas — é o comercial leve mais vendido do País há anos — , enquanto o Fiorino, derivado do Uno, atingiu 3,9 mil unidades e é praticamente imbatível com 84% dos emplacamentos de furgões pequenos.
A marca só perde a ponta em furgões grandes. Neste caso, o Renault Master domina com mais de 2,1 mil unidades negociadas no primeiro trimestre, 31% do total. Ainda assim, o Fiat Ducato fica no segundo posto, com 15,5% de penetração e pouco mais de 1 mil licenciamentos.
Os atuais números da Fiat só referendam a longa tradição da montadora em comerciais leves. Já no início de sua trajetória aqui, ainda no final dos anos 70, a empresa inovou ao lançar, no País, a primeira picape derivada de um carro de passeio e também um furgão, o Fiorino. Ambos meras versões do pioneiro 147.
Os dois seguiram em linha com o lançamento da família Uno, na primeira metade dos anos 80.
A picape foi substituída na década de 90 pela Strada, membro da família Palio, e o Fiorino até hoje deriva do Uno, mas de sua segunda geração.
O pequeno furgão é um fenômeno. General Motors, Volkswagen e Ford tentaram, ainda que sem grande empenho e até com produtos importados, roubar parte de seu mercado. Nunca conseguiram e, mais do que isso, desistiram.
Hoje são os importados Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Renault Kangoo seus únicos concorrentes, mas que ainda assim registraram, somados, 725 licenciamentos no primeiro trimestre, meros 18% do que vendeu o veterano Fiat sozinho.
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Fotos: Divulgação/Fiat
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