Sem revelar números sobre o quanto pretende reduzir seu quadro de mão de obra, a Ford confirma a abertura de um PDV, Programa de Demissão Voluntária, para os empregados operacionais da fábrica de Camaçari (BA), iniciado na segunda-feira, 8, e com prazo de encerramento previsto para o próximo dia 26.
“Essa medida tem como objetivo adequar o excedente da força de trabalho à atual demanda de mercado”, limitou-se a informar a montadora em comunicado sobre a decisão de instaurar um PDV em sua fábrica baiana.
Com o fechamento do complexo industrial de São Bernardo do Campo no final deste ano, conforme anunciado dia 19 de fevereiro, a Ford limitará sua produção de veículos no Brasil à unidade de Camaçari, onde produz modelos da linha Ka e o SUV EcoSport, responsáveis por venda anual em torno de 250 mil unidades.
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De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, a fábrica local emprega em torno de 8 mil funcionários. O PDV já era esperado pelos funcionários, que após a empresa ter aventado a possibilidade de demitir 700 trabalhadores ameaçaram entrar em greve em março.
O movimento acabou não sendo deflagrado em função de acordo fechado com a Ford também no mês passado que garante estabilidade pelo período de um ano. Demissão, portanto, só se for voluntária.
O acordo entre as partes, aprovado dia 14 de março, estabeleceu ainda reposição de 100% da inflação para salários de até R$ 7.515 e de 50% para quem ganha acima desse valor. Os reajustes entrarão em vigor em julho, data-base da categoria na região. O acordo também tem cláusulas que modificam a PRL, Participação nos Lucros e Resultados, dos funcionários.
O PDV proposto pela Ford envolve além do recebimento das verbas legais de rescisão, incluindo multa de 40% do FGTS, e uma indenização adicional com limite de R$ 35 mil. Além disso, o plano médico do trabalhador é mantido até o final do mês de desligamento.
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A Ford teve redução de participação no mercado no ano passado, de 9% para 8,3%, e este ano continua perdendo espaço no mercado brasileiro. A montadora emplacou no trimestre volume 3,4% inferior ao do mesmo período de 2018, ante alta de 10,1% do mercado total de automóveis e comerciais leves, perdendo a 4ª posição do ranking das marcas mais vendidas no País para a Renault.
Foto: Divulgação/Ford