Balanço anual do setor de alumínio consolidado pela Abal, Associação Brasileira do Alumínio, divulgado na segunda-feira, 22 de abril, registra um crescimento em torno de 10% no consumo do material em 2018 em relação a 2017, para quase 1,4 milhão de toneladas. As indústrias de embalagem e transporte, além do segmento da eletricidade, foram os que mais demandaram o produto, com aumentos de 14%, 12 e 11%, respectivamente.
Apesar da expansão no fornecimento, a associação destaca como preocupante a acentuada queda na produção nacional de alumínio. No ano passado, as 659 mil toneladas produzidas representaram uma baixa superior a 17% na comparação com o volume do ano anterior, de 801, mil toneladas.
Segundo a associação, o desempenho negativo é atribuído à operação da Alunorte, em Bacarena, no Pará, a maior refinaria do mundo de alumina, insumo que dá origem ao alumínio primário, que opera com metade de sua capacidade desde o início de 2018 devido a embargo Judiciário por suspeita de vazamento de metais pesados nas águas do munícipio, e ao impacto do preço da energia elétrica.
“Crescemos apesar da greve dos caminhoneiros, da economia ter patinado e do ambiente político-eleitoral à flor da pele”, diz em nota Milton Rego, presidente da Abal. “Mas hoje, a energia elétrica adquirida responde por quase 70% do custo de produção do alumínio nacional, a conta simplesmente não fecha”, diz lembrando que entre 2009 e 2015, cinco fábricas de alumínio primário encerraram atividades no País.
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O representante da Abal diz que segue em conversas com o governo recém-eleito, como fez com os anteriores, com objetivo de encontrar soluções para minimizar o alto custo da energia elétrica. “Essa é uma questão fundamental para a competitividade não só da cadeia produtiva do alumínio, mas para toda a indústria brasileira.”
Para atender ao aumento da demanda de produtos de alumínio no mercado doméstico com menor capacidade de produção, a indústria trouxe de fora, sobretudo da china. “A pressão das importações, combinada com a queda da nossa produção de alumínio primário, preocupa. Além de diminuir valor agregado, quando deixamos de produzir alumínio a partir da bauxita brasileira toda a cadeia perde competitividade”, alerta o presidente da Abal.
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