A Volkswagen está realmente apostando alto no T-Cross, seu primeiro utilitário esportivo nacional que acaba de chegar à rede de concessionárias. Tanto que resolveu retomar o 2º turno de trabalho na fábrica de São José dos Pinhais (PR), base produtiva do modelo, após 20 meses operando em apenas um turno.
A decisão implica na volta ao trabalho de cerca de 500 funcionários — um quinto do total de 2,6 mil trabalhadores contratados na planta paranaense — que estavam temporariamente afastados, em regime de layoff, e na contratação de mais 60 profissionais. Os primeiros funcionários já retornaram nas últimas semanas.
Com mais um turno e o reforço de pessoal, São José dos Pinhais ampliará sua capacidade produtiva diária para 630 veículos, dos quais 400 unidades do T-Cross. Das linhas de montagem complexo industrial saem ainda Golf e Fox, além de modelos da Audi.
Outra medida tomada pela direção da montadora com base nas perspectivas de mercado do T-Cross, que também será exportado, é o aumento dos dias trabalhados ao longo de 2019. Serão 250 dias, contra os 150 registrados no ano passado.
O projeto do T-Cross demandou R$ 2 bilhões, boa parte na modernização e ampliação da fábrica paranaense que completou 20 anos em janeiro e já fabricou mais de 2,6 milhões de veículos.
O modelo é o segundo utilitário esportivo apresentado pela Volkswagen nos últimos dois anos. O primeiro, o Tiguan Allspace, importado do México, chegou às revendas exatamente há um ano e somou 7,7 mil licenciamentos até março.
Em 2018 foram negociadas 5,5 mil unidades do Tiguan, apenas 1% do segmento de utilitários esportivos, o segundo maior do mercado interno. A líder Jeep, com dois modelos, superou 106 mil veículos vendidos, 21% de participação. A Volkswagen espera mudar radicalmente esse quadro com a chegada do T-Cross e de mais três outros SUVs até o fim do ano que vem.
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Pablo Di Si, presidente e CEO da montadora na América Latina, não esconde o desejo de ver a marca novamente na liderança do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, posição que ocupou ao longo de quatro décadas, até o início deste século. Encerrou o ano passado na segunda colocação, com 14,9%, 2,6 pontos porcentuais atrás da líder General Motors.
E um bom desempenho em utilitários esportivos será mandatório para chega lá. Com mais de 512 mil unidades, os SUVs representaram 24,4% das vendas internas de veículos. Cinco anos antes somavam 9,5% do total. É, de longe, o segmento que mais avançou nesse período.
No primeiro tirmestre de 2019 já foram negociados 123,6 mil utilitaríos esportivos no Brasil, equivalentes a 24,9%, meio ponto porcentual a mais do que em 2018. E a tendência, assim como nos principais mercados, é de mais crescimento nos próximos anos.
Foto: Divulgação/VW
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