Uma equipe da FCA – Fiat Chrysler Automobile, se debruça sobre temas que preocupam todos os que especulam a mobilidade do futuro.Para Mateus Silveira, líder da equipe e responsável pela área de Future Insights da FCA, trata-se de “uma reflexão sobre as cidades e aos carros” com o objetivo de entender “para onde, ou como, caminha (literalmente) a humanidade”, que cada vez mais se amontoa em grandes concentrações urbanas e necessita novas opções de locomoção.
Nos dois últimos séculos as pessoas deixaram as zonas rurais e passaram a construir cidades cada vez mais populosas. 168 milhões de brasileiros, ou 80% da população, vivem em apenas 1% do território do País, que é a área urbanizada.
Os dados de vendas de veículos da empresa revelam essa concentração: metade de todos os carros vendidos da Fiat está concentrada em apenas 24 cidades. No caso da marca Jeep, a concentração é ainda maior: 50% das vendas são feitas em 16 municípios.
Embora aglomeradas, as pessoas precisam se locomover para atender as suas demandas: trabalho, estudo, passeios, diversão. E o planejamento urbano não dá conta de acompanhar esse frenético crescimento, criando desigualdades sociais, tornando a circulação de pessoas e mercadorias cada vez mais difícil.
O caminho tem sido a valorização do ambiente digital, que ajuda na mobilidade porque muda a noção de tempo e espaço. E aí as cidades de países como o Brasil levam vantagem. Ao contrário de cidades europeias, que estão cristalizadas, as concentrações urbanas do chamado Novo Mundo são mais permeáveis às mudanças.
Daí que se especula a transformação do carro, que deixa de ser um simples meio de transporte para se tornar um aglutinador de ações necessárias para a sobrevivência do homem urbano.
É preciso criar usos que hoje não existem para o carro. Ele poderia ser também uma antena de captação de sinais ou uma câmera de vigilância na cidade para dar segurança a motoristas e pedestres. É preciso descobrir os inúmeros atributos que o carro pode — e deve — ter. Carro e os demais meios de transporte, sejam ou não motorizados.
“A cidade ideal”, considera Mateus, “é aquela que oferece o maior número de opções.” Assim, não se trata de substituir um modal por outro, mas de ampliar a oferta de mobilidade. Carro elétrico, carro autônomo, bicicleta, patinete, skate, nenhum deles deve prevalecer, mas somar.
“Quando o carro autônomo chegar, ele não será mais carro. Ele terá novas funções, vai ser a extensão do escritório, da casa, do café.”