Diante da forte retração do mercado de veículos argentino, a Nissan está avaliando novos mercados além-mar e negocia atualmente a venda de produtos para países do Oriente Médio e África. Dois fortes candidatos para serem exportados para fora da América Latina são o SUV Kicks e o Versa.
A entrada em mercados fora do continente americano está sendo analisada junto à matriz, conforme revelaram nesta quinta-feira, 16, o presidente da Nissan América Latina, Guy Rodriguez, e o presidente da montadora no Brasil, Marco Silva.
“Já avaliamos a questão do preço e temos competitividade e produtos adequados para vender na África o no Oriente Médio”, comentou Silva. “Estamos estudando agora outros fatores, como a logística, para encaminhar de vez o projeto”.
De acordo com Rodriguez, a empresa avalia no momento um novo ciclo de investimento no Brasil, que deverá ser divulgado ainda este ano com validade até 2023. Os aportes envolverão inicialmente novos produtos e processos produtivos, não se descartando aumento de capacidade mais para o final do programa. O desenvolvimento de veículos brasileiros com tecnologia e-power é um dos itens avaliados no novo aporte.
LEIA MAIS
→Tecnologia híbrida e-Power da Nissan poderá equipar carros brasileiros
→Nissan e Unicamp estudarão o etanol em elétricos
→Nissan não terá 3º turno este ano por causa da crise na Argentina
A fábrica de Resende (RJ) opera atualmente em dois turnos e deve atingir produção de 125 mil veículos este ano, volume 18% superior ao registrado no ano passado, quando saíram das suas linhas de montagem total de 106 mil unidades. As exportações, segundo Silva, serão responsáveis por 25% das vendas totais da Nissan este ano.
Antes da crise na Argentina, a empresa até chegou a pensar na implantação de um terceiro turno na fábrica sul-fluminense – o que elevaria sua capacidade para o máximo de 200 mil unidades/ano. Mas descartou o projeto e seguirá em dois turnos pelo menos até 2021.
Segundo Rodriguez, a Nissan reduziu suas exportações no ano passado, mas prevê aumento dos embarques este ano, em torno de 10% a 12%. A marca vem ampliando sua participação no mercado argentino, conquistando no ano passado 3,2% das vendas totais no país vizinho. “Este ano chegamos a 3,8% em alguns meses”.
Com relação ao mercado brasileiro, os executivos da Nissan estimam crescimento de 10% nas vendas internas totais este ano, com planos de a marca crescer acima desse índice e, dessa forma, conquistar mais markat share. “Em abril completamos 5 anos da Nissan Latam, com crescimentos anuais consecutivos. Fechamos 2018 com 5% de participação na região e de 3,2% no Brasil, recorde em nossa história, com 93,5 mil emplacamentos no País”.
A empresa encerrou no ano passado plano de investimento de R$ 2,6 bilhões, que envolveu a construção da fábrica de Resende e teve aporte adicional de R$ 700 milhões no período de cinco anos para a produção do Kicks, que hoje é o 3º SUV mais vendido no mercado brasileiro. “A América Latina é a região com um dos melhores desempenhos do grupo no mundo”, destacou Rodriguez.
Foto: Divulgação/Nissan
- Fora do Top 5 do atacado, Creta é líder no varejo em 2024 - 19 de novembro de 2024
- Locadoras garantem alta no mercado automotivo em novembro - 18 de novembro de 2024
- Importações da China elevam déficit comercial das autopeças brasileiras - 18 de novembro de 2024