A Mercedes-Benz colocou em sua prateleira de ofertas versão equipada com câmbio automatizado na família de caminhões leves Accelo. O lançamento comercial da variante ocorre pouco mais de um ano e meio depois de a marca anunciar a decisão da chegada do equipamento na categoria na Fenatran 2017.
Com a novidade, a fabricante dá um passo à frente dos rivais, especialmente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, empresa que também prometeu o recurso na linha Delivery.
Segundo o Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, a empresa só não colocou a versão no mercado antes por uma questão de segurança. “Enquanto não estivéssemos certos da confiança do motorista em relação ao veículo, o Accelo não foi para as ruas.”
O câmbio automatizado para o Accelo, demandou mais de 200 mil horas de desenvolvimento. O projeto foi em parceria com a Eaton, a mesma empresa que fornece a versão manual da transmissão para o modelo.
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De acordo com Leoncini, a opção pela fabricante de câmbio se deve a uma evolução a partir de conjunto mecânico já consolidado, bastando apenas a introdução da eletrônica na caixa.
“Poderíamos ter usado um câmbio da própria Mercedes-Benz, mas certamente impactaria em maiores custos ou mesmo mais tempo de desenvolvimento para adequação à realidade do transporte do Brasil.”
A transportadora Jamef foi outra parceira no projeto do câmbio automatizado no Accelo. Quatro unidades dos veículos estão em operações reais de distribuição urbana na companhia em diversas regiões do País desde outubro do ano passado. Para Juliano Alba, gerente de manutenção da empresa, os caminhões têm superado expectativas, “mostrando robustez e baixo custo quilométrico.”
Michael Oliveira, o diretor de operação da transportadora, no entanto, enxerga outros atributos importantes para mais eficiência nas operações com a escolha do câmbio automatizado. “A facilidade de uso proporciona menos fadiga ao motorista no trânsito, além da tecnologia garantir padrão na condução dos veículos e, por consequência, menor consumo de combustível.”
A produção da versão do Accelo com câmbio automatizado começou neste mês e já se encontra disponível na rede da marca. O preço é torno de R$ 5 mil mais caro se comparado ao modelo com transmissão manual. O modelo também vem embalado com cabine estendida, banco do motorista com sistema de suspensão pneumática, motor de 4,8 litros com o maior torque da categoria, de 62 kgfm, e freio motor que gera 136 cv.
Com a oferta, a Mercedes-Benz espera obter um crescimento de dez pontos porcentuais em três anos, partindo de 15% em 2019. “A expectativa é de que até 2022, o Accelo automatizado responda por 25% de nossas vendas de caminhões leves”, resume Leoncini.
Segundo os números da Anfavea, a empresa liderou o segmento no primeiro quadrimestre, com 35% dos emplacamentos: 1,2 mil unidades de 3,5 mil do total da categoria.
Efeito Ford – Além do lançamento comercial do câmbio automatizado na sua linha de leves, a Mercedes-Benz também preparou uma opção na família que chamou de nova versão de entrada. Trata-se do Accelo oferecido somente com cabine estendida.
A variante é produto pensado para atrair clientes que deixarão de ser atendidos pela Ford Caminhões em casos como o do Cargo 816, veículo que obteve 14,5% de participação nas vendas de leves nos quatro primeiros meses do ano, o terceiro mais vendido, de acordo com os números da Fenabrave.
O preço ainda da nova versão, ainda não foi definido pela marca. “Mas será bem-posicionado com relação à concorrente”, garante Leoncini.
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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