Estudo do instituto de pesquisa Capgemini, da França, revelou que, em um ano, 25% dos consumidores europeus gostariam de trocar seus veículos por carros autônomos e nos próximos cinco anos a preferência pela direção autônoma deverá dobrar.
A pesquisa mostra que 73% das pessoas preferem o carro autônomo pela eficiência de combustível, 71% por causa da redução das emissões e 50% acreditam que ele proporcionará economia de tempo.
Mas a questão da segurança amedronta mesmo os mais otimistas. Nada menos do que 73% dos entrevistados são reticentes com segurança do veículo autônomo e esse é o maior impasse para a aceitação da tecnologia.
Paulo Cardamone, da Bright Consulting, avalia que o consumidor ainda não aceita o carro elétrico, muito menos o autônomo e por isso acredita que essas tecnologias vão demorar a fazer parte da cultura da mobilidade, a aceitação será lenta e regionalizada.
O carro autônomo, por exemplo, deverá servir à mobilidade em ambientes controlados, em rotas restritas, como a ligação entre aeroporto- hotel. “É difícil imaginar que o mundo todo vai andar de carro autônomo, considerando todas as diversidades regionais”, disse.
Mais do que o problema regulatório, a dificuldade é ética e não técnica, conforme Cardamone. “Como agir em situações de risco? Isso depende da cultura do país. É uma situação complicada do ponto de vista ético um carro funcionar sozinho.”
Outro aspecto considerado pelo consultor que deve atrasar muito a implantação dessas novas tecnologias no Brasil é o custo. Ele considera que a economia do uso da eletricidade em relação aos combustíveis para carros a combustão não é tão grande e em alguns casos não compensa.
Cita a Alemanha, onde um carro elétrico gastaria mais do que um carro a álcool, considerando o consumo fonte-roda, isto é: o custo (e as emissões) não apenas do consumo do carro, mas de todo o processo de produção da energia. É preciso considerar a produção desde a retirada do óleo bruto do poço de petróleo até o tanque do carro.
Na Alemanha e na China, entre outros países, a produção da energia elétrica é cara e poluente. Ao contrário do Brasil que a obtém por meio de usinas hidroelétricas, naqueles países é produzida pela queima do carvão. Além de não ser sustentável, a produção de carvão é mais cara ainda que a gasolina.
LEIA MAIS
→Com tecnologia conjunta, Volvo e Uber produzirão autônomos
→Conheça os níveis de condução autônoma
De qualquer forma, a pesquisa da Capgemini revelou que o sentimento do consumidor europeu é de otimismo: 56% deles estariam dispostos a pagar até 20% a mais por um veículo autônomo em relação a um carro ocnvencional.
Na verdade, a percepção da mobilidade tem mudado rapidamente. Os sistemas de carona, carros compartilhados, aplicativos de transporte, bicicletas e patinetes de aluguel já são realidade mesmo em países periféricos.