Prestes a completar seu bicentenário e depois de mais de meio século no Brasil fornecendo vidros automotivos para a maioria das montadoras e também para o segmento de reposição, a Pilkington decidiu tornar seu nome mais conhecido do cliente final, investir em serviços e criar nova frente para seus negócios.
Há dois anos a empresa inglesa tem se dedicado a abrir sua própria rede de lojas para instalação e reparo de para-brisas, troca de palhetas de limpadores e de máquinas de levantamento de vidros, dentre outros serviços para automóveis e caminhões.
É ainda um modelo de negócio novo para o conglomerado com fábricas em 28 países e que vende seus produtos em todo o mundo. Só não inédito porque replica experiência já desenvolvida há mais de cinco anos no México, onde logotipo Pilkington está estampado na fachada de cerca de cem lojas próprias e de parceiros.
Em princípio, a fabricante de vidros trabalha com a perspectiva de constituir no Brasil uma rede bem menos extensa do que a mexicana. Segundo Luciana Alves da Silva, coordenadora de Marketing, Supply Chain e Desenvolvimento de Novos Produtos, a ideia é ter, em um primeiro momento, trinta pontos, número que deve ser alcançado até o fim de 2020.
“Com mais 10 lojas, teremos uma visão melhor de onde podemos chegar. Trabalhar diretamente com o cliente final é diferente e novo para a Pilkington”, pondera a executiva.
Desde 2017, foram abertas 20 lojas em onze estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Nove delas — quatro na Capital — estão em São Paulo. Algumas nomeadas, mas a maioria pertence à empresa, ainda que em parceria com terceiros.
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No começo de julho será inaugurada a primeira representante em São José dos Campos (SP) e no segundo semestre em Aracajú (SE).
A cobertura geográfica atende a dois critérios estipulados pela fabricante de vidros: a proximidade com os seus 14 centros de distribuição abastecidos pela fabricada de Caçapava (SP) e regiões onde a frota automotiva é maior. Daí a presença em capitais e em algumas cidades do interior paulista.
Os funcionários das lojas são treinados pela própria Pilkington e algumas delas até já dispõem de equipes móveis para trocas ou reparos onde o cliente solicitar.
E esse processo de diversificação dos serviços na rede acaba de iniciar um ambicioso capítulo. Algumas casas já estão credenciadas a fazer a calibração de dispositivos de auxílio à condução, como os sistemas adaptativos de velocidade e distância para o veículo da frente, assistentes de frenagem, de correção da trajetória e manutenção na faixa de rolagem, alertas de colisão iminente, detector de ponto cego, dentre outros.
Muitos sensores e câmeras utilizados são instalados em para-brisas e precisam ser calibrados quando o vidro é trocado. Fora dos parâmetros originais, eles podem fornecer informações incorretas e, assim, representar riscos de acidentes.
Mesmo com um mercado ainda restrito devido à pequena frota com essas tecnologias, a rede Pilkington está disposta a investir em treinamento e equipamentos e se antecipar à demanda que naturalmente tende a ser crescente nos próximos anos.
“Ainda há muito desconhecimento do consumidor e até do próprio mercado especializado sobre a necessidade de calibração desses componentes”, diz Luciana Silva, que antecipa que, por conta disso, a empresa deve encaminhar campanhas pontuais de esclarecimento e concientização dos consumidores e do mercado.
Foto: Divulgação/ Pilkington
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