Assim como as vendas de modelos zero-quilômetro no varejo, o mercado de carros usados segue com negócios estáveis este ano. Com 6,83 milhões de unidades comercializadas no primeiro semestre do ano, esse segmento registrou alta irrelevante de 0,7% frente ao mesmo período de 2018, sinalizando que o consumidor está “em compasso de espera”, conforme palavras do presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
“Apesar de haver disponibilidade de crédito, o consumidor está muito cauteloso para contrair dívidas, aguardando pela melhora na economia, que depende diretamente das reformas do governo, ainda pendentes”, avalia o empresário.
Os números desse mercado relativos a junho, que contemplam 1.068.013 unidades, indicam, inclusive, uma desacelação das vendas. Não apenas houve queda de 16,3% em relação a maio (1.276.109), que teve maior número de dias úteis, como também no comparativo com junho do ano passado, da ordem de 4,2% (1.115.187).
Os dados da Fenabrave contemplam todos os tipos de veículos, incluindos leves e pesados, além de motos e implementos. Considerando apenas os automóveis e comerciais leves, as vendas este ano estão na faixa de 5,1 milhões de unidades usadas, praticamente o mesmo nível dos primeiros seis meses de 2018.
Na avaliação de Assumpção Júnior, o consumidor está postergando negócios na área, o que tem gerado inclusive a falta de carros seminovos no mercado. “Nessa caso, as vendas estão em queda porque o proprietário do seminovo está adiando a decisão de troca e há baixa oferta desse tipo de produto”.
Também o presidente da Fenauto, a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, José Elídio dos Santos, atribui os resultados do mercado de usados às incertezas sobre o futuro próximo do desempenho da economia do País.
“O nosso segmento reflete o desaquecimento da economia como um todo nos últimos meses”, avalia Santos. “As incertezas do momento refletem, sem dúvida, nos níveis de confiança do consumidor e de outros agentes que apresentam suas projeções e perspectivas, regularmente. “
No mercado de automóveis e comerciais leves, a relação entre o volume de usados e de modelos 0 km é de 3,8. Em caminhões, essa relação é de 3,5, ficando em 2,7 para motos.
Foto: Divulgação/Abla