Mercado

Presidente da Anfavea diz que venda direta veio para ficar

Dirigente recomenda aos concessionários que repensem o negócio

“A venda direta veio para ficar”, disse nesta quinta-feira, 4, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao rebater críticas da Fenabrave quanto ao excesso dessa prática por parte das montadoras. Na avaliação do executivo, o atual patamar das transações no atacado é um convite à reflexão: “O sistema de distribuição de veículos tem de repensar o seu negócio, assim como as fabricantes estão fazendo”.

Com participação recorde de 47,8% em junho, as vendas diretas estão sustentando o crescimento do mercado interno, visto que o varejo está praticamente estagnado e dependendo de promoções para que os concessionários consigam desovar seus estoques, conforme comentou esta semana o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

LEIA MAIS

Vendas diretas batem recorde e preocupam Fenabrave

De acordo com o presidente da Anfavea, o crescimento das vendas diretas reflete os novos rumos da mobilidade no País. “Na Europa já é assim. Só para citar um exemplo, no Estado de São Paulo as locadoras têm uma frota de mais de 500 mil veículos. Desse total, 45% são locações para frotistas e nesse caso a taxa de ocupação é de 90%. A locadora não compra carro para deixar no pátio. Compra porque tem demanda”.

A Anfavea revisou para baixo a meta de exportações para este ano, mas manteve a projeção de crescimento de 9% na produção e de 11% no mercado interno. Já a Fenabrave não acredita mais que as vendas domésticas crescerão nesse patamar.

No caso dos automóveis e comerciais leves, a nova estimativa da entidade que representa os distribuidores de veículos e é de expansão de 8%, sustentada principalmente pelas vendas diretas. No acumulado do primeiro semestre, os negócios no atacado cresceram mais de 23%, enquanto as transações no varejo tiveram evolução na casa dos 2%.

A Anfavea, no entanto, aposta que o mercado interno será melhor no segundo semestre. Segundo Moraes, a maior disponibilidade de crédito e a possiblidade de as taxas de juros caírem poderão gerar maior movimento no varejo. “Não só estamos mantendo nossa projeção de crescimento de 11% como acreditamos que a alta possa ser um pouco maior do que a planejada”.

O mercado interno absorveu 1,31 milhão de veículos nos primeiros seis meses do ano, 12,1% a mais do que os 1,17 milhão emplacados no mesmo período de 2018. Em junho foram licenciadas 223,2 mil unidades, 9,1% a menos do que em maio (245,4 mil), mas volume 10,5% superior ao do mesmo mês do ano passado (202 mil).

Vale destacar, no entanto, que os meses de maio e junho de 2018 foram afetados pela greve dos caminhoneiros, o que distorce um pouco a comparação interanual.


Foto: Divulgação/Anfavea

Compartilhar
Publicado por
Alzira Rodrigues

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás