O primeiro semestre da indústria brasileira de motocicletas ficou acima das projeções para o ano da Abraciclo, entidade que congrega as fabricantes localizadas no Polo Industrial de Manaus (AM), responsáveis por 98% da produção brasileira. De janeiro a junho, a produção esbarrou em 537 mil motos, enquanto as vendas internas no atacado somaram 451 mil unidades, crescimento de, respectivamente, 8,4% e 17,2% sobre os primeiros seis meses do ano passado.
Mesmo com esses avanços, contudo, Marcos Fermaniam, presidente da entidade, opta pela cautela e declarou nesta quarta-feira, 10, que prefere ainda manter as estimativas iniciais da entidade para 2019. A prudência para refazer oficialmente as projeções, segundo o dirigente, se deve sobretudo à instabilidade político-econômica do País.
A Abraciclo, assim, ainda espera que o balanço no encerramento de dezembro apontará a produção de 1,1 milhão de unidades, apenas 6,1% a mais do que em 2018, e que as entregas das ontadoras para suas redes de concessionárias aumentem 10,7% e atinjam 1,06 milhão de motos.
Os negócios no varejo também estão acima da média projetada pela entidade. Foram emplacadas 530 mil motocicletas de janeiro a junho, evolução de 16%. Para o ano, porém, a expectativa é de quase a metade desse crrerscimento, da ordem de 8,5%, o quer resultaria em 1,02 milhão de unidades licenciadas.
Só em junho foram emplacadas 80 mil motos, 8% acima do resultado do mesmo mês do ano passado. A média diária no mês superou 4,2 mil unidades, o melhor número alcançado pelo setor desde junho de 2015, quando foram vendidas mais de 4,8 mil unidades por dia.
A exemplo do que ocorre com o setor de automóveis, em contrapartida, as exportações de motocicletas seguem destoando e devem encerrar o ano em forte decréscimo. Mas, apesar de as projeções ininiais contemplarem a estimativa de cerca de 40 mil motos embarcadas ao longo deste ano — 41% menos do que em 2018 — o desempenho consolidado no primeiro semestre é ainda pior.
Seguiram para o exterior 20,4 mil unidades no período, 50,3% abaixo do resultado acumulado de janeiro a junho do ano passado. A Argentina continuou como o principal destino da produção brasileiras absorveu 10,3 mil unidades, a metade de todas as motos exportadas pelo Brasil. O segundo maior cliente foram os Estados Unidos, com 3,4 mil unidades, seguidos da Colômbia, que comprou 2,6 mil motos.
Apesar de maior mercado das motos nacionais, a Argentina, em grave crise econômica, é a grande responsável pelo desempenho sofrível das exportações. Em 2018, ela comprou 32 mil das 42 mil que foram exportadas.
Foto: Divulgação
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