A FCA inaugurou oficialmente nesta quarta-feira, 17, seu terceiro laboratório mundial de crash testes. O complexo, que reúne uma pista de 130 metros, laboratórios de análises de resultados e equipamentos de última geração, ocupa área de 7,6 mil metros quadrados dentro da fábrica de Betim (MG).
As obras foram iniciadas no primeiro semestre do ano passado e, conjuntamente com os equipamentos, consumiram cerca de R$ 40 milhões.
Márcio Tonani, diretor de Engenharia e Desenvolvimento da FCA na América Latina, assegura que o laboratório era o último elo que faltava para a empresa criar e produzir um automóvel inteiramente no Brasil. “Podemos dizer que agora fazemos um carro dos primeiros traços do desenho à sua validação”, ilustra o executivo, cuja equipe antes recorria aos outros dois laboratórios mundiais em Turim, Itália, e Detroit, nos Estados Unidos, além de locações de parceiros, para validação física das simulações em computadores.
“Batemos um carro apenas para confirmar os números que já obtivemos nos testes de computador”, reforça.
Para trabalhar nas novas instalações que integram o Centro de Desenvolvimento de Produto Giovanni Agnelli, foram contratados mais de 50 engenheiros. Ao todo, o complexo de engenharia inaugurado em 2003 conta aproximadamente com 2 mil engenheiros e técnicos.
“Temos agora equipe e instalações capacitadas para desenvolver produtos locais, mas também apoiar projetos de outras unidades da FCA em todo o mundo”, diz Tonani, que recorda que, em 1993, quando de seu ingresso na então Fiat, a área de engenharia não dispunha de mais de trezentos profissionais para intervenções limitadas em projetos desenvolvidos integralmente na Europa.
A engenharia local, reforça o executivo, ganhou participação mais destacada a partir do surgimento do centro Giovanni Agnelli e sobretudo em 2008, quando a atual geração do Uno começou a ser concebida em Betim.
“Trabalhamos desde a conceituação dele. Podemos dizer que o Novo Uno foi o primeiro carro 100% projetado aqui.”
Algo muito diferente do que ocorreu, por exemplo, no desenvolvimento do Palio, lançado em 1996 no Brasil e depois em outros mercados e que a Fiat nomeou como seu primeiro carro mundial. Apenas cerca do 5% do desenvolvimento couberam aos engenheiros brasileiros.
O laboratório de Betim está capacitado para testes com veículos de até 4 toneladas em diversas situações, como por exemplo, impacto frontal contra barreira de concreto e aço de 140 toneladas a 64 km/h, lateral a 50 km/h e contra um poste 29 km/h.
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Os resultados são obtidos após análise de imagens colhidas sob iluminação de 1 mi lux — equivalente ao sol do meio-dia — de câmeras de alta definição, capazes de captar até 1940 frames por segundo, e também de dados fornecidos por centenas acelerômetros.
A depender do estágio de desenvolvimento do veículo, o um crash test pode custar entre R$ 200 mil a R$ 500 mil. Além da maior flexibilidade, o novo laboratório representará sobretudo mais agilidade de desenvolvimento.
Segundo Tonani, a operação sul-americana precisava, no mínimo, cerca de 2 meses para fazer o mesmo experimento nas unidades similares da Europa e dos Estados Unidos, para onde os veículos destinados aos mercados regionais eram necessariamente enviados, sem contar eventuais dificuldades de agendas e os históricos problemas em portos brasileiros.
Foto: AutoIndústria
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