Por enquanto, a Alaskan saiu dos planos de lançamentos da Renault para o mercado brasileiro. O modelo era esperado para estrear por aqui no fim deste ano, como foi ventilado no Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado, exposto no estande da marca. Atualmente, no entanto, a picape encontra cenário adverso para cumprir atuação à altura das estimativas da montadora.

As dificuldades econômicas pelas quais passa a Argentina, onde seria produzida, não permitem à fabricante elaborar uma estratégia comercial eficaz para o produto. “O mercado de picapes no Brasil é importante, no qual atuam marcas de muita tradição”, observa Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil. “Quando entramos em novo segmento é para ganhar, conquistar clientes. Devido às condições atuais da Argentina, com a volatilidade cambial, a Alaskan não seria competitiva.”

A decisão da Renault também coloca no telhado a programação da fábrica de Santa Isabel, província de Córdoba. A unidade recebeu investimento de US$ 600 milhões para produzir a nova geração da Nissan Frontier, a Alaskan e a Mercedes-Benz Classe X, todas derivadas do mesmo projeto.

A marca do Grupo Daimler já bateu martelo de que não oferecerá o produto na América Latina e, agora, com congelamento dos planos Renault, deixa a fábrica ainda mais ociosa, afinal, foi reformulada para receber picapes e alcançar capacidade total de 70 mil unidades por ano, das quais 30 mil Frontier.

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Gondo deixa claro que no momento a empresa coloca foco em veículos de maior volume, especialmente com os lançamentos dos novos Sandero, Logan e Stepway, além das contribuições de Kwid, no segmento de compactos, e Captur, no de utilitários esportivos.

“Com novos produtos, temos a estratégia de crescer com vendas no varejo e, agora, com uma abordagem diferente. Não tínhamos o câmbio automático para oferecer no segmento B, o que certamente incrementará os negócios no show room. Hoje, 70% das vendas de automóveis na categoria do Sandero são com caixa automática.”

Com as novas ofertas, o presidente da Renault estima a continuidade de crescimento de participação que a marca vem registrando nos últimos 10 anos, saltando de 4,8%, em 2010, para o recorde de 8,7%, no ano passado. No primeiro semestre deste ano, obteve 9,1%. “Devemos terminar com um pouco mais que isso. A meta é de ter 10% até 2020.”


Foto: Renault/Divulgação

Décio Costa
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