Com base em dados fornecidos pelas suas 15 associadas, a Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, realizou estudo sobre o comportamento dos preços nesse mercado a partir de janeiro de 2017.
A pesquisa mostra que, em dólar, os preços de automóveis vindos de fora caíram, em média, 19% em no período de 19 meses. “Embora o dólar, principal componente na comercialização de importados, tenha se valorizado 24,6% entre janeiro de 2017 e agosto de 2019 (R$ 3,20 x R$ 3,99), os preços finais dos veículos importados ao consumidor, em reais, não acompanharam a evolução da moeda norte-americana”, revela a Abeifa.
“Como todos os veículos importados são adquiridos em dólar e diante da tendência de alta da moeda norte-americana no Brasil, não tenho dúvidas de que o momento é de compra de veículos importados”, comenta José Luiz Gandini, presidente da entidade.
Essa tendência de alta do dólar, segundo ele, é motivada por vários fatores externos, como a percepção de uma possível recessão global e de uma desaceleração mais forte das economias chinesa e alemã, que faria outras economias também desacelerarem. “Sem considerar os possíveis sustos diários no mercado brasileiro, motivados pelo dia a dia das aprovações ou não das reformas”.
Na sua avaliação, a cotação do dólar no Brasil tende a se manter acima dos R$ 4,00. “Em dólar, os preços de veículos nunca foram tão baixos em quase 30 anos de importação oficial, e as importadoras ou fabricantes não têm como segurar estes preços por um período grande de tempo. Tenho convicção de que haverá reajuste a curto prazo”.
No principal produto de volume da Kia Motors, o SUV Sportage, a queda de preços em dólar no período compreendido pela pesquisa é de 16,7%. Em janeiro de 2017, o modelo na versão de código P.776, era vendido por R$ 113 mil, o equivalente a US$ 35,3 mil. Hoje, o similar, P.163, é comercializado a R$118 mil, ou US$ 29,4 mil.
Outro exemplo é o do modelo Volvo XC90, nas versões T6 Momentum e T8 Inscription Híbrida. No mesmo período já citado, os preços caíram, respectivamente, de R$ 323,9 mil para R$ 299,9 mil, queda de 7,4%, e de R$ 419,9 mil para R$ 359,9 mil, redução 14,2%. Em dólar, essa última versão teve preço reduzido em 31,2%, de US$ 101 mil para US$ 75 mil.
Foto: Divulgação/Abeifa