Objetivo é ganhar competitividade em regiões fora da América do Sul
Exemplo de empresa brasileira internacionalizada, a Randon Implementos estuda investimentos na produção de semirreboques no México e na África do Sul. É uma forma, segundo o gerente de vendas internacionais da empresa, Caio Rebello, de ganhar competitividade fora da América do Sul, onde a fabricante já mantém linhas de montagem na Argentina e Peru.
O executivo participou na segunda-feira, 19, do Workshop Planejamento Automotivo 2020, #ABPLAN 2020, no WTC Events Center, na capital paulista, oportunidade em que abordou o tema O caminho para a Internacionalização de empresas brasileiras. Após relato sobre as ações da Randon na área externa, Rebello comentou sobre projeto estratégico atual de diversificar a fabricação de semirreboques.
“Ter operações locais é a chave para conquistar negócios novos em outras regiões. Não adianta querer ser competitivo exclusivamente a partir do Brasil”, destacou. O México, segundo Rebello, tem hoje um mercado de 20 mil semirreboques/ano, enquanto os Estados Unidos absorvem 300 mil unidades. “Ainda estamos avaliando onde devemos nos instalar primeiro”.
No caso da África do Sul, o mercado é de 10 mil unidades/ano e o ideal seria ter uma linha de produção de pelo menos 1 mil semirreboques/ano. Rebello deixou claro em sua palestra que internacionalizar não é só exportar. É justamente estar atento às oportunidades e investir fortemente em serviços, pois o pós-venda é fundamental em qualquer negócio.
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Autopeças – Flavio Del Soldato, diretor do Sindipeças, também falou sobre internacionalização e exportação no ABPLAN 2020, com foco nos negócios específicos das autopeças.
Ele destacou o projeto desenvolvido pela entidade em parceria com a Apex-Brasil, que visa incrementar os negócios externos principalmente das pequenas e médias empresas. O projeto envolve recursos da ordem de R$ 7,4 milhões, 295 empresas e já gerou receita adicional para o setor de US 1 bilhão.
“A ociosidade da indústria brasileira de autopeças está hoje na faixa de 35% e as exportações respondem por apenas 11% da nossa receita. Ampliar as vendas externas, portanto, não exige investimento em capacidade e é um excelente caminho para ganharmos volume e competitividade”, avaliou Del Soldato.
O diretor do Sindipeças defendeu os acordos comerciais com outros países, destacando a importância do que está sendo encaminhado com a União Europeia. “Mesmo que seus frutos sejam a médio e longo prazos, já é um avanço”. Sobre internacionalização, comentou que ela normalmente começa pela exportação, mas também pode ser mais ampla, com licenciamentos, subsidiárias e até joint-ventures no exterior.
Um exemplo de internacionalização no setor é o da Sabó. Para falar sobre como investir nas exportações de autopeças, a <strong>Automotive Business</strong> convidou o diretor geral da Sabó Americas, Lourenço Agnello Oricchio Jr., que aproveitou o evento para contar como a empresa deu a volta por cima nos anos 90, quando o setor passou por uma reformulação por aqui.
“Quase fomos vendidos naquela ocasião. Mas optamos em ir para fora e iniciamos então a internacionalização da Sabó. Para ter domínio do cliente tem de estar próximo das matrizes das montadoras, participar dos projetos desde o início”, afirmou Oricchio Jr, destacando que a empresa está por dentro do que acontece nos grandes players, como Volkswagen, GM, BMW, Audi e Ford, seus principais clientes.
Foto: Divulgação/Randon
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