As montadoras e os sistemistas já estão depositando desde março recursos na conta que será destinada a investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor automotivo, conforme previsto no Rota 2030. Já foram depositados R$ 80 milhões e a previsão é a de chegar a R$ 200 milhões por ano, conforme revelou o coordenador da indústria automotiva do Ministério da Economia, Ricardo Zomer, nesta quinta-feira, 22.
Apesar de os depósitos estarem ocorrendo há mais de cinco meses, os programas e projetos prioritários, chamados PPPs, que receberão os referidos recursos, só serão divulgados em setembro, provavelmente no dia 20, segundo informação da diretora do departamento de Apoio à Inovação da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Economia, Adriana Regina Martin, também presente no Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva.
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Segundo Adriana, foram escolhidos seis PPPs de 59 propostas inscritas em seis linhas de atuação, sendo que uma delas foi descredenciada por ter sido apresentada na língua inglesa. Os recursos estão sendo depositados em uma conta do Banco do Brasil até a divulgação dos contemplados no Rota 2030. A partir daí, cada empresa – montadora ou autopeça – escolhe um projeto para direcionar a verba diretamente para a instituição que o coordena.
Os recursos são provenientes do regime de autopeças não produzidas, conhecido como ex-tarifário autopeças, que estabelecia pagamento de Imposto de Importação de 2% para peças não fabricadas localmente. Com o Rota 2030, ficou definido que essa taxa passou a ser zero, com a contrapartida de os 2% não recolhidos a título de imposto serem destinados a uma espécie de fundo destinado à P&D, incluindo aí os fornecedores.
Essa primeira fase envolve um prazo de cinco anos – que pode ser prorrogado conforme normas do Conselho Gestor -, estimando-se o recolhimento de R$ 1 bilhão em recursos para pesquisa e desenvolvimento. De acordo com Zomer, pode haver descredenciamento nesse período caso o projeto não traga o retorno esperado.
Os PPPs foram enquadrados em cinco linhas de atuação: incremento da produtividade na cadeia de fornecedores; automatização de processos, conectividade e manufatura avançada; aumento de investimento em PD&I; fortalecimento da cadeia de ferramental e moldes; e estímulo à produção de novas tecnologias relacionadas a biocombustíveis, segurança e propulsor à combustão.
Segundo Adriana, das seis propostas aprovadas, três referem-se a um item específico e outras três englobam mais de um item. Não teve, por exemplo, nenhuma aprovada no item dois, referente a automatização, conectividade e manufatura avançada. Mas o tema, de acordo com Zomer, está contemplado nas três propostas consideradas transversais.
Também participaram do painel sobre o Rota 2030 do Simea, promovido pela AEA, Associação Brasileira da Engenharia Automotiva, na quarta-feira, 21, e quinta-feira, 22, o diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, José Luís Gordon, e o diretor de relações governamentais da General Motors, Adriano Barros.
A Embrapi está entre as instituições que apresentaram proposta para receber recursos para P&D no Rota 2030, mas Gordon não adiantou se está entre as seis escolhidas. Comentou apenas que o projeto refere-se ao item sobre aumento de investimento em PD&I.
Foto: AutoIndústria
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