Indústria

Indústria automobilística brasileira crescerá menos em 2019

Anfavea espera que produção e vendas internas evoluam, respectivamente, 2% e 9%. Exportações cairão 33%.

A indústria automobilística brasileira não terá o resultado que imaginava em 2019. O fraco desempenho da economia interna e a grave crise na Argentina foram apontados pela Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, como os principais fatores para uma realidade que ficará abaixo das projeções divulgadas no início do ano.

Nesta segunda-feira (7), a entidade que reúne as montadoras revelou que produção e vendas internas crescerão menos e que as exportações terão queda ainda mais acentuada do que o setor previa.

Prejudicada sobretudo pela forte queda das exportações, a produção de veículos no Brasil, estima agora a Anfavea, não deve ultrapassar 2,94 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Inicialmente, a previsão eram 3,14 milhão de veículos. A evolução sobre 2018, quando foram fabricados 2,88 milhões, será de apenas 2,1% frente aos 9% revelados em janeiro.

Já para o mercado interno a Anfavea calcula agora 2,8 milhões de unidades vendidas, crescimento de 9,1% diante dos 11,5% imaginados até então e que resultariam em vendas 2,86 milhões de unidades.

 

O número de veículos que passarão pelos portos brasileiros rumo a outros países em 2019 ficará por volta das 420 mil unidades, muito abaixo das 590 mil que os fabricantes esperavam enviar para fora e 33,2% abaixo dos 629 mil veículos leves e pesados exportados no ano passado.

Dessa diferença negativa de 209 mil unidades, perto de 175 mil se devem, segundo a Anfavea, à demanda menor do mercado argentino, que acumula queda de vendas de 48% nos primeiros nove meses de 2019.

Em vez de lamentar o cenário menos favorável, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, faz questão de enfatizar que, ainda que abaixo do esperado, produção e vendas internas em 2019 manterão a curva de crescimento com relação ao ano passado.

De qualquer maneira, fica claro que o quadro imaginado para o último trimestre não é de recuperação, ao contrário. Afinal , os índices consolidados de janeiro a setembro são  melhores do que os esperados para o encerramento do ano.

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Com as 247,3 mil unidades de setembro, a produção brasileira em nove meses foi de 2,26 milhões de unidades, 2,9% a mais do que em igual período de 2018.  Já o mercado interno, que consumiu 234,8 mil veículos no mês passado, alcançou 2,03 milhões em nove meses, evolução de 9,9% na comparação anual.

As exportações, em compensação, somaram 337,5 mil unidades no ano, queda de 35,6%, sendo 36,6 mil no último mês. Foi o terceiro pior resultado mensal do ano: à frente apenas de janeiro (25 mil), naturalmente fraco em decorrência das férias, e de abril (34,9 mil).

Confirmados os 420 mil veículos previstos pela Anfavea, 2019 será o segundo pior ano em exportações nesta década, somente à frente de 2015, quando foram embarcadas 417 mil unidades. Em 2017, entretanto, o Brasil exçportou 766 mil veículos, o melhor resultado na história do setor.


Foto: AutoIndústria

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Publicado por
George Guimarães

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