Christopher Podgorski, da Scania, diz no Congresso SAE Brasil que setor precisa agir independente de regulamentações
O28º Congresso e Mostra Internacionais SAE Brasil de Tecnologia da Mobilidade, que ocorre simultaneamente à Fenatran, no São Paulo Expo, na capital paulista, reuniu representantes de montadoras, de empresas de serviços e de logística para debater sobre qual o caminho a ser seguido para a mobilidade ideal e o transporte sustentável.
CEO da Scania Latin América e também presidente do Congresso SAE Brasil 2019, Christopher Podgorski abriu o painel destacando que o mercado converge para a automação, conectividade e eletrificação num futuro próximo. Enfatizou, no entanto, que o setor automotivo não pode ficar apenas na dependência de regulamentações para agir.
“Temos dois caminhos a perseguir: esperamos tudo maturar ou começamos agora a buscar as respostas e soluções de forma proativa. Conseguiremos espaços descarbonizados no futuro? Uma missão difícil, mas é possível de ser alcançada”, afirmou o executivo.
Segundo ele, quando se fala em sistema de transporte sustentável, é necessário atender o âmbito econômico, financeiro, social e ambiental: “E se não tiver um aglomerado de parceiros, não é possível atender os quatro pilares com ações isoladas. Não podemos esperar até 2030. Temos a possibilidade de fazer a nossa contribuição agora, gerar novos empregos e novos negócios”.
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A gerente geral da Uber Brasil, Claudia Woods reforçou a ideia de parceria defendida pelo CEO da Scania e apresentou os novos projetos que a companhia pretende oferecer em breve no Brasil, dentre eles o serviço de frete.
“A Uber tem total interesse em trocar conhecimento com empresas centenárias da indústria automotiva, pois nosso negócio está planejado para ir além do transporte de passageiros. O nosso desafio é continuar replicando o know how dessa modalidade para outros negócios, como o Uber Eats, sistema delivery de comida que já está disponível no Brasil e Uber Freight, que conecta caminhoneiros a empresas que precisam transportar seus bens de uma cidade para outra”, lembrou a executiva.
Para o presidente do grupo Caoa e presidente da SAE Brasil, Mauro Correia, a influência digital interfere no momento de compra de um veículo e, por isso, é necessário ofertar valor agregado e antecipar o que os consumidores buscam. “Os carros estão se transformando rapidamente como os celulares. A atualização dos modelos é veloz. Procurar as dificuldades dos clientes e antecipar as soluções é o que o faz fiel à marca. Estamos num momento disruptivo também com essa nova geração de consumidor”, comentou Correia.
Na avaliação do presidente da DHL Brasil, Maurício Barros, o momento exige processos cada vez mais eficientes, que atendam os anseios do consumidor, ofereçam segurança no ambiente virtual e às cargas, com menor impacto ambiental.
“A entrega com drones já é real, mas hoje repensamos como quebrar os paradigmas para penetração em ambientes urbanos, como São Paulo. Quando falamos de logística, o usuário acompanha o rastreamento. É uma verdadeira experiência, com participação desde o clique até a entrega final”, comentou Barros, enfatizando que a DHL assume o papel de deixar um ambiente melhor para as novas gerações, razão de vir investindo em frotas limpas, bem pontos de retirada de encomendas.
Também o presidente da ABB Brasil, Rafael Paniagua, defendeu a necessidade de as empresas atuarem em parceria, trabalhando juntos em prol da sustentabilidade. “Temos desafios, mas o Brasil possui uma grande matriz energética limpa e disponível, como eólica, solar e hídrica. Outros países falam de mobilidade sustentável, mas sua matriz está contaminada com CO2″, lembrou o executivo.
O Congresso SAE Brasil termina na sexta-feira, 18, quando também se encerra a Fenatran 2019, maior feira de transporte da América Latina que reúne mais de 450 marcas e apresenta novidades em eletrificação, combustíveis alternativos, serviços e mobilidade.
Foto: Divulgação/SAE Brasil
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