Além de preservar mais de 500 empregos, negociações com trabalhadores podem trazer novos investimentos para o ABC paulista
A partir de notícia veiculada em junho sobre a intenção da Mercedes-Benz de fechar a estamparia e áreas relacionadas, dentre outras medidas, os trabalhadores da fábrica de São Bernardo, SP, iniciaram mobilização que culminou em um acordo que preserva mais de 500 empregos e garante a vinda de novos investimentos e produtos para o complexo do ABC paulista.
Os termos de acordo firmado com a empresa foram divulgados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em assembleias realizada na sexta-feira da semana passada,25, e publicados no site da entidade na terça-feira, 29. Além de evitar 500 demissões em São Bernardo, o processo de negociação fará com que a planta de São Bernardo passe a ser produtor mundial dos motores 460 e 457.
“O que antes era produzido em outras plantas será feito aqui em São Bernardo”, informou o coordenador da representação na Mercedes-Benz, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, destacando ainda que novas atividades de desenvolvimento e engenharia desses motores serão feitas na planta do ABC.
Segundo Oliveira Pinho, a participação de todos os trabalhadores no processo de negociação foi fundamental para chegar ao acordo. Além do fechamento da estamparia e da ferramentaria ligada à essa área, a Mercedes-Benz também pretendia fechar a oficina mecânica e terceirizar o setor de componentes de eixos e motores.
“Não dava para a empresa achar que ia fechar áreas e fazer demissões. Foi um intenso processo de mobilização, negociação e de debates no chão de fábrica para construir o acordo que garante 100% dos trabalhadores dessas áreas com realocações internas”, afirmou o sindicalista.
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De acordo com o Sindicato do ABC, também ficou acertado que haverá investimentos para adequar os setores com a vinda de componentes da nova geração de caminhões, como a camisa, manga e semieixo do Euro 6. Conforme acordo firmado em 2014, o novo caminhão Actros será montado a partir de 2020 em São Bernardo do Campo, quando a geração atual deixa de ser produzida em Juiz de Ford, MG.
“Isso garante a realocação de todos os trabalhadores nesses setores, além de trazer a possibilidade de abertura de novas vagas para o ano que vem”, complementou Oliveira Pinho. No mesmo processo de negociação, ficou acertado que os trabalhadores na planta de Juiz de Fora que tiverem interesse em ser transferidos para São Bernardo terão prioridade nas contratações.
Foto: Divulgação/SMABC/Adonis Guerra
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